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Novos ventos para o BNPL na América Latina: Mercado Pago busca novos recursos para impulsionar suas vendas a prazo

set 30, 2024

Por Antony Pinedo

A fintech do Mercado Livre está diversificando o financiamento de sua carteira de crédito ao consumidor com uma estratégia de empréstimos acelerados, em uma tentativa de aumentar seu processamento “compre agora, pague depois”

 

O Mercado Pago está aumentando sua concorrência na área de parcelamento para compradores em sua plataforma de e-commerce: sua própria versão do compre agora, pague depois (BNPL).

Para financiar essa aposta, a fintech do Mercado Livre está diversificando os recursos de suas carteiras, movimento que a levou, nas últimas duas semanas, a fechar dois grandes acordos de dívida: uma linha de crédito de US$ 250 milhões do banco americano J.P. Morgan pela sua operação no México e outros US$ 180 milhões, captados através da colocação de letras no Brasil.

Com isso, a plataforma regional dá sinais de que o BNPL está atraindo um interesse renovado das empresas de finanças digitais, que utilizam o parcelamento para aumentar a receita de compras e fidelizar o consumidor.

“Temos todo o ecossistema do Mercado Livre e oferecendo financiamento para pessoas que não têm alternativa ao cartão de crédito para comprar parcelado em nosso ecossistema. Vemos isso como algo muito positivo, porque essas pessoas podem comprar itens que talvez não pudessem antes”, Facundo Cuppi, diretor-regional de estratégia e operações do Mercado Pago, disse à iupana.

Nos últimos anos, o mercado fintech assistiu ao boom e à deflação progressiva do BNPL, especialmente nos Estados Unidos, afetado pelo declínio da economia e pelo aumento das taxas de juro. Entre 2022 e o início de 2023, o BNPL foi classificado pelos analistas como um dos produtos mais arriscados dos credores digitais, com alguns especialistas a considerá-lo uma caixa preta, porque não deixa rastros nas agências e pode incentivar o sobre-endividamento com cartões de crédito.

Mas, em um contexto de melhores indicadores macro, as vendas a prazo retomaram a sua trajetória de crescimento, com a Klarna, a fintech líder do segmento, melhorando os seus resultados com um aumento de 93% no seu lucro bruto durante o primeiro semestre do ano e pensando em fazer oferta pública por volta de 2025.

Na América Latina também há sinais. A fintech Aplazo recebeu um investimento de US$ 70 milhões em maio para desenvolvimento tecnológico para ajudar a melhorar o seu perfil de crédito, enquanto Kueski se tornou o fornecedor da modalidade compre agora e pague depois” da Amazon no México.

“Estamos conseguindo gerar maiores vendas, que geram maiores remessas e maior sinergia com todo o ecossistema do Mercado Livre. É por isso que gostamos muito do produto”, acrescentou Cuppi.

 

Engenharia financeira para empréstimos pessoais

A linha de crédito de três anos com J.P. Morgan terá como alvo o segmento de empréstimos pessoais, excluindo cartões de crédito. Segundo dados da empresa, em 2023, eles financiaram mais de 25 milhões de compras no Mercado Livre com base em 13 milhões de créditos pré-aprovados.

O acordo foi celebrado no âmbito da venda de uma carteira de crédito ao consumo, explica Cuppi, embora a fintech continue a ser a principal responsável pelo seu desempenho e pelos seus compromissos. “Estamos vendendo essa carteira para um trust, no qual assumimos o primeiro nível de risco em caso de inadimplência e, a partir de determinado nível de inadimplência, o investidor assume risco”, diz Cuppi. “Continuamos apostando no nosso portfólio”, esclarece o gestor.

A fintech, que, na semana passada, anunciou que iniciou o processo formal perante o regulador mexicano para se tornar um banco, poderá eventualmente utilizar a sua captação de poupanças para realizar intermediação financeira, embora esta via nem sempre seja tão rápida ou intensiva como a criação de originação. alavancando-se na dívida.

No segundo trimestre de 2024, o crédito ao consumo (sem cartão) representava 43% da carteira total de US$ 4,9 bilhões, o que representou uma aceleração de 51% no crédito na comparação anual. “É conveniente para nós termos fontes diversificadas para podermos financiar a nossa carteira, dada a dimensão que ela terá. Acreditamos que no futuro os depósitos podem ser uma alternativa, mas não substituem todos esses canais de confiança ou mesmo vendas de pequenas carteiras, que também estamos avaliando”, acrescenta o entrevistado.

No total, lista a Cuppi, a fintech selou recentemente mais de US$ 1 bilhão em dívidas em negócios semelhantes, também com o Goldman Sachs e o Citibank, destinados às suas operações na região.

 

Taxas de referência e taxas de juros

Existem expectativas favoráveis ​​para o crescimento do BNPL a nível mundial. O produto deve movimentar quase US$ 700 milhões, um aumento de 105% de 2024 para 2028, segundo levantamento da Juniper Research, consultoria de mercado.

Além disso, a recente redução de meio ponto na taxa referencial feita pelo Federal Reserve dos Estados Unidos acaba influenciando as linhas de crédito direcionadas ao produto.

“As taxas mais baixas acabam diminuindo o nosso custo de captação e acabam nos permitindo ser mais competitivos também na nossa oferta de crédito e, portanto, promover ainda mais a inclusão financeira ou o acesso ao crédito”, afirma o executivo.

Ele acrescenta que seus BNPLs têm prazo médio de quatro meses, o que reduz os níveis de risco.

“Somos muito disciplinados na tentativa de minimizar esse risco de descasamento de taxas”, conclui Cuppi.

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