O metrô da Cidade do México (CDMX) juntou-se ao crescente grupo de sistemas de transporte público latino-americano que abre seu circuito para aceitar pagamentos sem contato com cartões emitidos por bancos e fintechs, seguindo a tendência de massificação das operações digitais que avança na região.
Até há uma semana, a única forma de pagar o metrô CDMX era com o cartão de mobilidade integrado (MI), utilizado para as diversas alternativas de transporte da capital, como bicicletas e Metrobús. A partir da próxima segunda-feira (7/10), cartões de débito ou crédito poderão ser utilizados graças à coordenação entre Getnet de Santander, Visa, Mastercard, American Express e o governo CDMX.
Para Nicolas Costa, diretor de soluções para o setor público da Mastercard para a América Latina e Caribe, o pagamento de transporte na região caminha, cada vez mais, para sistemas abertos, que trazem benefícios para operadoras, bancos, fintechs e usuários finais, porque, segundo ele, as redes fechadas são muito caras.
“Quando você tem rede fechada […], as pessoas ficam meia hora na fila para recarregar o cartão. Por que elas têm esse problema? Porque adicionar mais pontos de recarga de cartão tem um custo”, explica Costa, dando o exemplo do Metropolitano, meio de comunicação de Lima, no Peru, que ainda possui um sistema de cartão exclusivo.
“O fato de implementar ferramentas de cobrança eletrônica com cartões abertos diminui o custo operacional do meio de pagamento”, explica, acrescentando que as fintechs podem se tornar meios de recarga. Por exemplo, antes da abertura da rede no México, as autoridades deram ao Mercado Pago a exclusividade de recarga do cartão MI até dezembro de 2024.
Em Lima, a Autoridade de Transportes Urbanos de Lima e Callao, que administra o Metropolitano, também apela às fintechs para fazerem as recargas.
A abertura da rede virá mais tarde? Costa destaca que esse caminho também traz benefícios para os usuários finais.
“Quem utiliza cartão de débito, crédito ou pré-pago no transporte público terá um consumo maior no longo prazo”, finaliza.