Contamos as notícias mais importantes da semana em banco digital, fintech e pagamentos na América Latina.
#TopStory 🔝
Se você nos perguntar o que um líder financeiro digital na América Latina deveria acompanhar, esta é a lista.
Um vaivém de notícias — algumas animadoras e outras nem tanto — mudou a realidade do setor nestes 12 meses: falências, demissões e grandes colapsos (sim, FTX), sempre em sintonia com a regulamentação.
Nosso encerramento de Boas Fontes 2023 quer destacar o que aconteceu, não com um olhar melancólico para os meses que já se passaram, mas com uma visão de aprender e traçar tendências futuras, sempre com o objetivo de ajudá-lo a tomar melhores decisões.
Agora deixamos para vocês o ranking iupana.
As promessas da inteligência artificial 🤖
A IA assume a liderança tecnológica na indústria. iupana fez cobertura especial do Mastercard LAC 2023 em novembro e destacou que o uso eficaz da inteligência artificial nas finanças digitais pode melhorar a personalização dos serviços.
O potencial da ferramenta nos leva a pensar em um futuro sem senhas, onde a análise comportamental ajuda a prevenir fraudes. No entanto, ainda há muito a melhorar; e a regulação juntamente com a melhoria dos casos de uso são os desafios a superar.
A evolução dos sistemas de pagamento latino-americanos💰
Este ano, o Banco Central do Brasil (BCB) contou à iupana sobre seus planos de escalar o Pix internacionalmente e incluir a função de pagamentos recorrentes, o Pix Automático, criando, assim, funcionalidades em sua bem-sucedida plataforma de pagamentos.
No México, os reguladores apresentaram o Dinero Móvil (DIMO), uma proposta para contrariar o avanço do dinheiro, embora se espere que ajude a desbloquear o avanço da regulação secundária de open finance. Na Colômbia, o Banco de la República está avançando de forma constante no sentido de estabelecer um sistema de pagamentos imediatos de baixo valor, enquanto o Peru registrou progressos na interoperabilidade das carteiras.
A massificação das transferências imediatas e universais continuará no centro das prioridades dos reguladores em 2024.
Carteiras: algumas fechadas e outras abertas📱
As spin-offs digitais dos bancos foram um ponto focal nas estratégias neste ano, com um boom do lado da oferta. Por exemplo,Yape chegou à Bolívia e Bineo teve luz verde no México.
Porém, nem todas as apostas foram frutíferas. A Falabella fechou sua carteira no Chile e no Peru, apesar de ter 4,5 milhões de usuários.
Contas remuneradas: a luta pelo recrutamento💪
No segundo semestre, no México, na Argentina e na Colômbia, as fintechs iniciaram uma competição para atrair capital de seus usuários com taxas de retorno acima do mercado.
No México, empresas comoStori, Nubank e Ualá anunciaram em série seus novos produtos com rentabilidade anual de até 15%.
A tendência foi semelhante na Argentina, quando aPrex lançou o produto e passou a competir com o líder Mercado Pago. Na Colômbia, o superapp Rappi fez o mesmo com sua caderneta poupança.
Demissões em onda🌊
2023 foi definitivamente um ano de demissões nas indústrias de tecnologia e fintech, reflexo de que esses mercados passaram por desafios devido à queda na entrada de capital de investimento. Até esta publicação, quase 260 mil profissionais haviam sido demitidos globalmente, um crescimento considerável em relação ao ano passado, quando o número chegou a quase 165 mil, segundo o portal layoffs.fyi.
Este meio conversou com recrutadores de talentos que garantiram que os salários foram ajustados e que as contratações desaceleraram. Na América Latina, empresas como Nubank, Belvo e Provudemitiram funcionários.
Cripto sob microscópio: o impacto da FTX e a multa de US$ 1 milhão na Binance🪙
Apesar do desaparecimento da plataforma FTX, cujo fundador aguarda sentença por diversos casos de fraude, e da multa de US$ 4,368 bilhões da Binance perante os reguladores dos Estados Unidos, os criptoativos têm atraído a atenção de importantes bancos da região.
O gigante Itaú Unibanco permitiu há algumas semanas a intermediação de criptomoedas em suas plataformas de investimento. Entrevistamos o Towerbank, do Panamá, e eles destacaram que querem se posicionar como o criptobanco da América Latina, acrescentando que a oportunidade da criptomoeda é atual.
Banco do Vale do Silício: falências afetam fintechs e plataformas cripto📉
A notícia que abalou o mundo das startups no início do ano foi a série de falências bancárias nos Estados Unidos. E, no centro, estava o Silicon Valley Bank (SVB), que salvaguardava as contas de muitas startups na região.
O que aconteceu com o SVB, e a sua proximidade com as plataformas cripto, disparou imediatamente os alarmes dos reguladores e alertou para a necessidade de criar medidas de proteção a favor dos usuários. Em apenas alguns dias, o banco sofreu uma corrida aos fundos, que tornou as suas finanças insustentáveis.
Mas uma das vencedoras da crise foi a fintech brasileira Trace Finance, que movimentou US$ 200 milhões nos dois dias mais críticos do SVB, graças às suas alianças para abertura de contas correntes nos Estados Unidos.
Investimentos: Nichos, novas tecnologias e busca por rentabilidade📊
A identificação de segmentos para solucionar problemas reais por meio da tecnologia é uma oportunidade para empreendedores de fintechs da região, se puderem demonstrar fundamentos promissores desde os estágios iniciais.
Um exemplo dessa especialização vem do Mattilda e do Educbank, focados em atender às necessidades das escolas da região. Além disso, identificamos que há muito espaço para focar em produtos financeiros para mulheres e migrantes latinos, segmentos lucrativos, de acordo com a Corporação Financeira Internacional.
Assim, as perspectivas de investimento para 2024 são de ligeira recuperação, com pesos pesados como Softbank e Tiger afirmando que continuam firmes no seu compromisso com a região. No entanto, as exigências sobre os modelos de negócios continuarão a aumentar.
Open Finance América Latina: entre incertezas e atrasos🌎
Embora a indústria perceba a economia API como um elemento fundamental para o seu desenvolvimento, em 2023, o progresso de open finance na América Latina foi moderado.
O México e a Colômbia não cumpriram as expectativas de definição de padrões neste ano, enquanto o Peru continua estagnado nesta área. Percebe-se maior progresso no Chile, com a promessa de provisões firmes para o próximo ano.
E, embora os casos de uso que integram fintechs, bancos e empresas estejam crescendo no mercado, a realidade é que um impulso regulatório daria velocidade ao ecossistema.
