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“O banco cripto a América Latina”: Por dentro da estratégia (e desafios) do Towerbank

nov 27, 2023

Por Antony Pinedo

O Towerbank aposta em um núcleo bancário mais ágil e se prepara para lançar uma carteira de criptomoedas, explica o vice-presidente de tecnologia do banco panamenho

 

O panamenho Towerbank expandirá sua oferta de serviços baseados em ativos virtuais no próximo ano, com o objetivo de fortalecer sua presença regional em criptomoedas.

Mas, para fazer isso, primeiro, deve transformar sua arquitetura digital para ter um núcleo mais ágil e dinâmico, compatível com tecnologias de contabilidade distribuída; um processo que avança em um momento em que outras instituições decidiram distanciar-se das criptomoedas, após a proliferação de casos de grande repercussão, como as acusações de lavagem de capitais contra a Binance na semana passada.

“Essa é a aposta número um: entrar amplamente num mercado, não só local no Panamá, mas internacional”, revela Mariann Villamizar, vice-presidente de tecnologia do Towerbank, em entrevista à iupana. “Temos foco em vários países e nossa intenção é ser o criptobanco da América Latina”, acrescentou.

É um exemplo da oportunidade que existe em blockchain e cripto  para entidades financeiras, embora ela também destaque as complexidades — tecnológicas e ambientais — da adaptação de produtos financeiros descentralizados ao ambiente altamente regulamentado e avesso ao risco dos bancos.

A entidade anunciou que, em janeiro de 2024, lançará sua carteira cripto Ikiggi, pela qual os usuários poderão utilizar e trocar bitcoins e dólares. E, no ano passado, apresentou a sua conta ‘crypto friendly’, que permite realizar depósitos para venda de criptomoedas ou pagamentos para compras de tokens, respondendo às exigências de um público cada vez mais familiarizado com estes ativos.

 

Usuários de criptomoedas em ascensão

A Binance, a maior exchange de criptomoedas do mundo, aceitou, na semana passada, a renúncia de seu CEO, Changpeng Zhao, e pagou bilhões em multas, após se declarar culpada de acusações de lavagem de dinheiro. Em uma longa declaração, admitiu as suas deficiências e classificou-as como erros do passado, afirmando que continuará a operar sob estrita supervisão e garantindo a disponibilidade de fundos para todos os seus utilizadores. Este não foi o caso da extinta exchange FTX, cujo fundador, Sam Bankman-Fried, aguarda sentença por sete casos de fraude.

Mas, apesar desta série de eventos voláteis, os usuários continuam a migrar para o Bitcoin ou o Ether, criando um mercado para as instituições que conseguem capturá-los. Na região da America latina, Brasil, Argentina e México lideram o uso, segundo o Índice Global de Adoção de Criptomoedas da Chainalysis. O Brasil está, inclusive, entre os dez países com maior nível de penetração.

“A atividade dos serviços financeiros e dos bancos não parou completamente de se relacionar com cripto, porque acho que eles perceberam que existe ali um espaço interessante, onde as pessoas estão dispostas a colocar o seu dinheiro”, explicou à iupana Damaris Mendoza, sócia da 500 Global, um fundo de capital de risco com sede no Vale do Silício (EUA) e que tem em seu portfólio fintechs como Baubap, Konfio e Clip.

Mendoza explica que, embora não tenham investimentos diretos em empreendimentos criptográficos, são entusiastas do espaço blockchain, como uma vertical que tem potencial em diversas áreas como saúde, alimentação ou finanças.

“Há um inverno, em termos de colocação de investimentos em criptomoedas, mas não vem de um lugar onde seja banido para sempre. Em vez disso, há espaço para entender melhor quais soluções contribuem para a construção de um ecossistema cripto mais seguro: com processos KYC (conheça seu cliente) que geram confiança ou que demonstram que têm uma estrutura por trás deles que os apoia”, acrescentou.

 

O desafio técnico

Mas, para além da questão da percepção, a atividade bancária que aborda as novas tecnologias tem desafios práticos a enfrentar. Para o Towerbank, isso significa embarcar em um processo de transformação digital.

A empresa decidiu contar com uma associação para desenvolver um esquema de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês) que lhe permitiria encurtar o seu tempo de desenvolvimento e lançamento, caminho que muitos bancos escolhem para adaptar as suas arquitecturas às novas exigências digitais.

Executivos de Davivienda, da Colômbia; Banrural, da Guatemala, e BCP, do Peru, reconheceram em um webinar organizado recentemente pela iupana que ter um fornecedor de tecnologia pode melhorar a eficiência, permitindo que os desenvolvedores se concentrem na oferta. Embora existam também instituições que preferem fazer a sua própria engenharia, para diminuir a dependência de terceiros.

“Nem todas as instituições financeiras, pela forma como são hoje, pela sua cultura e pela sua gestão, estão dispostas a fazer uma transformação. O que é super respeitável”, afirma Paula Neira, diretora de mercados para a América Latina da Mambu, provedora de SaaS para bancos que tem entre seus clientes o Towerbank, o BancoEstado de Chile e o unicórnio Ualá.

“Muitas vezes, as equipes de trabalho se deparam com o ‘sempre fizemos assim’. Mudar um pouco esse paradigma fica do lado do cliente”, completa Neira.

Por sua vez, o Towerbank garante que a associação é uma forma de acelerar, ao mesmo tempo que avança a sua visão com foco nas criptomoedas. “Com o nível de habilidade que tínhamos, com o núcleo atual, não tinha como crescer”, detalha Villamizar, vice-presidente da entidade.

 

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