Equidade de gênero: um desafio para a inclusão financeira
15 março, 2022
Andrea Jara
Por: Gabriela Herrera
Março marca o Mês da História da Mulher, um momento para destacar as conquistas das mulheres e destacar a desigualdade atual. Quando o preconceito, estereótipos e discriminação de gênero são minimizados, somos todos favorecidos.
Que impacto essa lacuna econômica realmente tem? Estudos mostram que eliminar a diferenciação na inclusão financeira teria efeitos positivos na economia: aumentaria seu tamanho global, aumentaria as taxas de consumo, reduziria os riscos financeiros e promoveria novas oportunidades de negócios.
Existem diferentes maneiras pelas quais as fintechs e a aplicação de tecnologia de ponta, como machine learning, inteligência artificial e dados alternativos, podem servir de catalisadores para essa mudança, permitindo assim um maior nível de igualdade para mulheres e outras populações carentes.
O uso de dados alternativos pode complementar os métodos tradicionais de pontuação de crédito, garantindo a inclusão de mulheres que não possuem histórico de crédito. Inteligência artificial (IA) e machine learning podem fornecer esses dados alternativos com mais facilidade, implantar modelos avançados para reduzir o viés e melhorar a precisão das decisões de risco, promovendo, assim, a inclusão financeira.
Desafios e oportunidades para a América Latina
Vamos agora ver como a América Latina está indo em termos da diferença de gênero e as oportunidades que elas têm para acessar os sistemas financeiros. De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 54% das mulheres usam suas próprias economias para iniciar um negócio, já que apenas 15% conseguem financiá-lo com o apoio de um banco privado.
Projeções do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por sua vez, indicam que uma maior inclusão das mulheres no mercado de trabalho, com igualdade salarial e maior acesso ao financiamento, aumentaria o tamanho da economia em até 22% e daria maior estabilidade ao sistema bancário.
Essa é considerada uma das regiões do mundo com maior potencial de inovação financeira. Nos últimos anos, temos visto fintechs nascerem, especialmente, em países como Brasil e México.
A América Latina, no entanto, ainda enfrenta desafios culturais profundos que devem ser superados para evitar limitar os avanços recentes e, assim, garantir que as mulheres tenham um papel ativo na economia regional.
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Equidade de gênero é uma questão pendente nas empresas
A surpreendente falta de representação feminina no setor fintech tem impacto direto nos tipos de produtos e serviços que o setor oferece aos seus consumidores, onde pelo menos metade são mulheres.
Mas como as empresas de tecnologia financeira podem quebrar esses estereótipos quando quase não há mulheres em posições de liderança? Apenas 12% dos fundadores ou cofundadores de fintech em todo o mundo são mulheres e apenas 6% têm uma CEOs no comando.
Ainda há muito trabalho a ser feito para diminuir a lacuna econômica de gênero globalmente, no entanto, é reconfortante ver empresas inovadoras de fintech descobrindo novas e únicas maneiras de empoderar as mulheres e promover a inclusão financeira. Quanto mais mulheres escolhermos para representar papéis de liderança, melhor!
Gabriela Herrera, é Executiv a Sênior de Vendas da Provenir para a América Latina, com 20 anos nos setores bancário e de tecnologia.