O investimento de capital de risco na América Latina atingiu US$ 1,1 bilhão no primeiro semestre do ano, apresentando um crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2023 e com a Colômbia despontando como o segundo mercado mais financiado, atrás apenas do Brasil.
De acordo com os números da Endeavor e da Glisco Partners, o investimento no primeiro semestre de 2024 encoraja as perspectivas para o fim do ano e reflete a estabilização do ecossistema regional de startups, que passou de uma negociação de US$ 15,3 bilhões, em seu pico, em 2021, para US$ 2,2 bilhões, no ano passado.
“A tendência de recuperação que estamos vendo neste primeiro semestre continuará, embora não de forma acelerada, e permanecerá constante até o fim do ano”, disse à iupana Carol Martínez, líder de dados da Endeavor México. A incubadora destacou uma porcentagem maior de rodadas de crescimento e de estágio final.
Durante a primeira metade do ano, o investimento em inteligência artificial (IA) atraiu a maior parte do capital (19%), seguido pelo setor de fintech (17%). De fato, fundos como o Capria Ventures e o 500 Global já haviam antecipado um interesse renovado no financiamento de projetos nesses segmentos.
O relatório destaca a Colômbia como o novo segundo maior captador de recursos, com US$ 273 milhões, deixando para trás o México, com US$ 225 milhões, somando a rodada de US$ 100 milhões da Clip. O país produtor de café responde por 29% do volume de capital levantado, com apenas 18 negócios de investimento e uma média de US$ 7 milhões por deal.
A dívida continua a ser uma das principais formas de financiamento, embora tenha perdido força. O Itaú e a Victory Park Capital são as empresas que mais concederam empréstimos nessa modalidade.
Os fundos regionais lideraram os investimentos durante 2023 e até agora em 2024, especialmente, empresas brasileiras como Monashees e Bossa Invest. Martinez diz que há dinheiro disponível, mas que 70% das empresas mudaram sua forma de avaliação, concentrando-se na solidez financeira e na devida diligência das empresas candidatas.
“Um ponto importante mencionado pelos fundos nessa pesquisa é o dos fundadores: ter uma equipe sólida, multidiversificada e experiente que possa levar a empresa a estágios de maior solidez e maturidade financeira”, explica.