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Exclusivo – As lições que o fechamento da Superdigital, carteira do Santander no Peru, deixa para os bancos que constroem suas spin-offs

set 2, 2024

Por Antony Pinedo

A experiência da Superdigital indica que os bancos devem avançar com firmeza — e rapidamente — nos planos de produtos e regulações para terem sucesso.

 

A Superdigital, carteira digital do grupo Santander, fechou no Peru, deixando lições notáveis ​​sobre o desenvolvimento de spin-offs bancários na América Latina. A plataforma do conglomerado espanhol também foi descontinuada este ano no Chile e no México, onde chegou a concluir um longo e caro processo de licenciamento como fintech. Além disso, na Argentina, também existem planos de saída.

A ascensão — e o desfecho — do projeto, que visa a bancarizar a base da pirâmide, recria um caminho de exploração digital que acabou por não dar frutos e que tentará ser corrigido com outras plataformas.

Para fontes com conhecimento direto dos detalhes no Peru também destacam a importância de ter o apoio dos bancos para suas marcas digitais e as consequências de não tê-lo. Além disso, indicam que a criação e o início de spin-offs bancários devem ser cada vez mais precipitados, dada à crescente concorrência das fintechs em um ambiente regulatório complexo, que atrasa a tomada de decisões.

Depois de, pelo menos, quatro anos buscando um modelo de negócio lucrativo, ponderando entre esquemas voltados para usuários finais (B2C) ou outras empresas (B2B), a controladora espanhola decidiu encerrar a Superdigital no Peru em meados de 2024.

Nesse período, pelo menos dois CEOs supervisionaram o desenvolvimento, o que também não colaborou com as idas e vindas daquela que seria a sua primeira aposta em banco para pessoas físicas, porque a entidade no Peru é focada em serviços para empresas.

Em 2017, quando o aplicativo nasceu no Brasil, após a compra da fintech ContaSuper, seu desenvolvimento e planejamento foram conduzidos a partir daquele país, embora tivesse que envolver as demais filiais, que teriam participação acionária e seriam responsáveis ​​pelas operações em cada unidade local. O objetivo era lançar regionalmente simultaneamente no Brasil, México, Argentina, Peru, Colômbia, Uruguai e Chile.

No entanto, isso não aconteceu. E, em 2021, a controladora espanhola decidiu aderir ao PagoNxt, que concentra as iniciativas digitais do grupo, como a adquirente Getnet, o neobanco Ebury e, até maio, a Superdigital.

Tudo isto fez com que o projeto no Peru ficasse de alguma forma órfão, gerando um mal-entendido entre o banco e a marca digital, explica uma das fontes. “Os países latino-americanos deixaram de ter controle e deixaram de ter interesse na Superdigital”, resume uma das pessoas que pediu para manter sua identidade em sigilo. “Eles venderam para o corporativo na Espanha, quando a ideia era que todos os bancos tivessem uma porcentagem da Superdigital”, acrescenta.

iupana enviou um pedido de informações ao Santander Peru, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

 

Procurando um modelo de negócio: Superdigital B2C ou B2B2C

Quando o Brasil coordenou o planejamento, também desenvolveu — até certo ponto — uma arquitetura tecnológica para o app. Duas fontes concordaram que, quando a Espanha tomou a iniciativa, alterou os planos dos sistemas e dos seus fornecedores, revertendo o progresso.

Em maio, o Santander alegou que, pelo menos no México, decidiu dar maior impulso a outras contas digitais com melhor oferta e experiência de utilização, que consideravam mais atrativas para os seus utilizadores. Além disso, o surgimento de novos concorrentes digitais deixou o desenvolvimento da carteira relegado.

Outra pessoa ligada à implantação no Peru diz algo semelhante. “Ao longo desse processo chegaram outros muito rapidamente, como no México e na Colômbia onde chegou o Nubank, que hoje tem capacidade para atender a setores de baixa renda”, afirma.

Também cresceu a adoção de opções tecnológicas de outros bancos, como Yape e Plin, “com uma estrutura de custos que as torna gratuitas ou muito baratas, o que permite que todas as pessoas as utilizem. E eles comeram o ecossistema. Já não fazia sentido persistir, porque iriam competir com o que”, lamenta.

A Superdigital Peru fechou sem iniciar operações ou lançar. No último ano, após realizar testes com amigos e familiares, explorou alternativas e até tentou obter licença para ser Empresa Emissora de Dinheiro Eletrónico (EEDE), figura regulamentada.

Mas, em um ecossistema concentrado em entidades financeiras tradicionais, isso também não se concretizou. Aprofundamos esses detalhes em iupanaPRO, nosso serviço de informação focado na regulamentação das finanças digitais.

Outro caminho explorado foi criar produtos de marca branca para públicos específicos e, embora tenha havido algumas abordagens, a ideia não se concretizou, pondo fim às tentativas.

Agora, a operação na Argentina está em fase de fechamento, ainda que tenham lançado o produto lá.

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