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Brasil e Argentina lançam ID blockchain: como isso impacta o setor financeiro?

out 6, 2023

Por Ivis Aguilera

A tecnologia blockchain ganha cada vez mais relevância e extrapola suas fronteiras de uso. Nesta semana, mostramos como ela pode fortalecer os sistemas antifraude do setor financeiro. Argentina e Brasil lançaram cartões de identidade tokenizados em projetos que colocam os dados nas mãos dos cidadãos, que poderão decidir a quem vão entregá-los.

Nesta semana, os governos do Brasil e da Argentina anunciaram a adoção de blockchain para emissão de documentos de identidade de seus cidadãos, em um caso de uso que demonstra a utilidade de uma tecnologia descentralizada em um ambiente oficial e que abre uma oportunidade para a indústria financeira reforçar sua sistemas de segurança, segundo especialistas.

Na Argentina, os moradores da cidade de Buenos Aires poderão acessar sua identidade tokenizada, através de uma wallet na qual estarão disponíveis documentos como certidões de casamento ou de renda. Trata-se de um projeto que se expandirá para o restante do país. Da mesma forma, no Brasil, o projeto de emissão de identidade digital avança a nível nacional, com o governo destacando que espera que a nova plataforma funcione à prova de fraude.

Em ambos os casos, os dados serão propriedade dos cidadãos, que poderão entregá-los para procedimentos governamentais, com empresas e outras pessoas, o que abre a possibilidade de agilizar um vasto conjunto de processos.

“Em países como Brasil e Argentina, onde existem desafios à fraude de identidade […], o blockchain pode ser um divisor de águas, já que um de seus principais benefícios é a segurança à prova de falsificação. Isso o torna ideal para armazenar dados confidenciais, como informações de identidade”, explica à iupana Juan Manuel López, consultor de blockchain e CEO da cripto fintech MarketXM na Colômbia. “Além disso, o blockchain sendo descentralizado […] o torna mais resistente à corrupção e à fraude”, acrescenta.

Especificamente, no caso da Argentina, o especialista destaca que, ao armazenar com segurança os dados pessoais em uma carteira acessível pelo telefone, a veracidade do usuário é confirmada com maior precisão. Isto permitirá pagamentos, subsídios, empréstimos e pensões, com a garantia de que a identidade do titular está protegida.

Apesar do seu potencial, esta tendência não apresenta tanta maturação em outros países da região. Por exemplo, “na Colômbia, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de regulamentação que permita às empresas implementar a blockchain de forma mais ampla”, diz Juan Ortiz, um especialista colombiano em conformidade com criptografia.

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