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Isto é o que o Softbank diz sobre seu investimento na América Latina

set 4, 2023

Por Antony Pinedo

Depois de vender suas participações em quatro fintechs latino-americanas, Softbank nos conta suas perspectivas para a região

O Softbank sustenta ter uma visão de longo prazo para a América Latina e, embora tenha vendido ativos importantes do seu portfólio de startups, descarta que esteja desistindo do seu compromisso com a região. Pelo contrário, diz que “não têm pressa”.

No fim de agosto, o Grupo Softbank anunciou a venda de empresas latino-americanas nas quais tinha participação. Especificamente, vendeu seus ativos em fintechs como Pismo, Avenue, Yaydoo e Isaac, gerando retornos substanciais para o fundo japonês. Ao mesmo tempo, ele não descartou novas vendas.

Esses movimentos, somados à notável desaceleração nas injeções de capital, geraram preocupação no mercado, que passou a pensar que o investidor por trás de histórias de sucesso como Ualá, Rappi ou Inter estava dando um passo atrás para iniciar uma série de desinvestimentos.

“Não estamos vendendo proativamente ações de nossas empresas na região”, disse Eduardo Vieira, líder de comunicação, marca e assuntos corporativos do fundo, à iupana.

O também sócio dos fundos para a América Latina acrescentou: “Não temos pressa de retorno e nem pressão para isso. Ainda contamos com 91 empresas no nosso portfólio; nosso investimento na região ainda está no ciclo inicial (começamos em 2019)  e os Latam Funds são de longo prazo, até pelo menos 2029”, frisou.

Em 2019, o Softbank lançou o primeiro fundo de US$ 5 bilhões dedicado à América Latina. Pouco depois, em 2021, criou o segundo fundo de US$ 3 bilhões. Isso permitiu que eles se posicionassem como um dos principais nomes do setor de startups na região.

No entanto, o plano da empresa para gerar retornos dependia fortemente da conclusão das ofertas iniciais de ações (IPOs) das empresas do seu portfólio, um esquema comum para empresas do setor. Mas o aumento das taxas de juros e a queda do consumo, que arrefeceram a economia e diminuíram o valor das empresas no mercado, travaram as IPOs.

Recentemente, a empresa informou que obteve lucros no segundo trimestre do ano, após ter encadeado seis trimestres consecutivos de prejuízos.

Perante este cenário, Vieira sublinhou que as vendas recentes foram mais uma forma de obter lucros para o grupo. “Avenue, Pismo, Yaydoo e Isaac foram oportunidades de fusões e aquisições que nos deram ótimas taxas de retorno”, afirma.

“Essas operações de M&A não significam que ainda estamos longe de ter retorno com nossas empresas. Muito pelo contrário, são exemplos de retornos que já aconteceram.”

 

A história das vendas

O Softbank também sofreu algumas perdas em termos de composição. O renomado investidor Marcelo Claure deixou o cargo de diretor de operações do grupo em janeiro de 2022. E, meses depois, em abril, Paulo Passoni e Shu Nyatta renunciaram ao cargo de sócios-gerentes. Claure e Nyatta lançaram sua própria empresa este ano, focada em empreendimentos em estágio de crescimento.

Após essas ações, Alex Szapiro e Juan Franck assumiram a gestão dos fundos do Softbank para a América Latina. Os primeiros anunciaram que esperam continuar as vendas até 2025 e 2026, já que têm avançado “conversas interessantes”, segundo a Reuters.

A venda das ações da brasileira Pismo, dedicada à emissão de cartões, adquirida pela Visa por US$ 1 bilhão no fim de junho, deixa um retorno de mais que o dobro do investimento inicial feito pelo Softbank, segundo reporta a Bloomberg.

No caso da Avenue, que permite aos brasileiros investir no exterior, a holding Itaú Unibanco, maior banco da América Latina, vai comprar a empresa em três etapas e adquirirá 100% em 2026. O Softbank apostou na Avenue e liderou uma rodada de investimentos nos EUA de US$ 30 milhões em 2021.

A Paystand adquiriu a Yaydoo, focada em soluções de pagamento mexicanas, em 2022 por um valor não revelado. A empresa japonesa participou de uma rodada de US$ 20 milhões em 2021. E as ações da Isaac, provedora de pagamentos e financiamento para escolas no Brasil, seriam vendidas no quarto trimestre para Dragoneer Investment Group e General Atlantic LP.

Dentro da carteira do Softbank Latin America Fund existem outras fintechs-unicórnios como a mexicana Clip ou a equatoriana Kushki.

“Então,  por aqui, pe 'business as usual'”, afirmou Vieira.

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