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Yape continua na rota de superapps com entrega de crédito no Peru

abr 18, 2022

Por Antony Pinedo
Franceca Raffo - Entrevista | iupana

Francesca Raffo, nova gerente de inovação do Grupo Credicorp, antecipa que a companhia acelerará o ritmo de seu investimento digital; começando pela adição de serviços ao seu carro-chefe, a carteira com mais usuários no Peru

A Yape, carteira eletrônica do Grupo Credicorp, permitirá créditos antes do fim do primeiro semestre deste ano, disse, em entrevista à iupana, Francesca Raffo, anova gerente de inovação da companhia, que também anunciou que imprimirá velocidade à estratégia digital e de investimento de capital, com projetos relevantes para o ecossistema.

A carteira renovou sua arquitetura no ano passado com a ideia de adicionar novos produtos e verticais de negócios, algo que eles disseram que fariam gradualmente para não interromper a experiência do usuário.

“Nosso próximo passo é oferecer créditos às pessoas, durante o primeiro semestre deste ano, onde nossos ‘yaperos’ poderão acessar ofertas de crédito na mesma aplicação”, diz Raffo.

A carteira foi lançada em 2016, inicialmente para agilizar os pagamentos P2P entre clientes do Banco de Crédito del Perú (BCP), o maior banco do Peru, de propriedade do Grupo Credicorp. Em 2020, ficou aberto a todos os peruanos.

É a carteira mais popular do país inca, que, segundo o grupo, tem 8,7 milhões de usuários desde de março deste ano, um número relevante, considerando que se estima que haja um total de 8,9 milhões de pessoas bancarizadas em áreas urbanas do Peru, de acordo com um estudo de mercado da Ipsos.

A executiva revela que o aplicativo permitiu que 1,6 milhão de pessoas acessassem o sistema financeiro peruano pela primeira vez.

Esse crescimento segue a tendência do boom das carteiras eletrônicas na região, que ganhou força com a pandemia da Covid-19, ilustrada por casos como o Nequi, do Bancolombia, cujos usuários cresceram 103% em 2021 em relação ao ano anterior, e o Mercado Pago, que acumulou 34,5 milhões de usuários em 2021.

Agora, a tendência, dizem os players do mercado, será a integração de serviços em aplicativos mais poderosos.

“Hoje, estamos tendendo a ter o ecossistema centralizado em um só lugar, o superapp, onde os produtos financeiros começam a se transformar, especialmente no foco dos jovens, que não querem mais se deslocar para pedir um empréstimo hipotecário ou uma taxa variável etc.

Eles querem comprar sua casa e pronto”, explica Daniel Aguilar, vice-presidente comercial da Veritran, uma empresa de tecnologia.

Criação e incubação: a estratégia de inovação da Credicorp

Nesse sentido, a estratégia de inovação liderada pela Francesca Raffo visa a criação de produtos financeiros dentro dos laboratórios do Grupo Credicorp, além da captura e incubação de ideias e empreendimentos emergentes fora da corporação.

Raffo também é vice-gerente geral de pessoas e pequenas empresas do BCP e seus papéis dentro do Grupo Credicorp visam a aportar uma mentalidade de autodisrupção, a desenvolver uma cultura obcecada por agilidade, a formar talentos com perfis digitais e a gerar capacidade tecnológica em dados e análises, algo que já está sendo desenvolvido pela Credicorp Capital, banco de investimento do Grupo.

“Uma das decisões estratégicas que essa governança [corporativa] tomará será definir os veículos de inovação. Gerar inovação de dentro para fora, como é o caso da Yape, que foi concebida pelo laboratório BCP ou trazer inovação de fora para dentro, que será o foco de Krealo”, diz Raffo.

Krealo é o corporate venture capital da Credicorp e tem em seu portfólio fintechs como Culqi e Wally no Peru, focadas em soluções de pagamento digital e organização financeira de SMEs, respectivamente.

“[Estamos] constantemente em busca de oportunidades para criar e/ou adquirir novos ventures digitais com teses inovadoras de investimento que nos permitam complementar os negócios atuais e futuros da Credicorp”, revela a executiva.

A criação e incubação de produtos digitais por meio de um corporate venture capital é uma estratégia que os grandes bancos estão aplicando como forma de gerar negócios digitais para complementar sua oferta ou gerar retornos com o avanço do setor fintech. Por exemplo, o Itaú Unibanco, o mais importante banco privado do Brasil, tem fintechs como Paketá e Monkey Exchange em sua carteira de investimentos.

A tyba, uma wealthtech com presença no Peru, Chile e Colômbia, também foi desenvolvida pela Krealo. Recentemente, Valdemaro Mendoza, CEO da fintech, contou à iupana que eles se lançaram no nicho promissor de captação e investimento de poupança complementar à aposentadoria.

No mercado chileno, a Krealo também está avançando com o banco digital Tenpo que, com dois anos de atuação, alcançou mais de um milhão de clientes.

Desafios na inovação digital no setor bancário

A nomeação de Raffo, em fevereiro de 2022, inaugura o cargo de gestão de inovação corporativa, posição que centralizará a definição da estratégia disruptiva do Grupo Credicorp .

Um de seus principais desafios à frente é a rapidez no processo de desenvolvimento de produtos e o atendimento ao cliente por meio de canais digitais.

“Dê ao cliente diferenças no seu produto semanalmente, que as informações do seu cartão de crédito sejam melhores, que, se você tiver uma reclamação, é mais fácil atendê-la. Ou seja, a velocidade para implantar essas coisas é o nosso principal desafio”, diz Raffo.

A tecnologia e a transformação digital oferecem uma tremenda oportunidade, diz a diretora, acrescentando que elas serão aproveitadas para gerar benefícios que reduzam os custos operacionais, permitam uma melhor avaliação de riscos e melhorem drasticamente a experiência do usuário.

“Estou convencido de que estamos no caminho certo, mas gostaríamos de fazê-lo em uma velocidade maior”, conclui Raffo.

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