*Em colaboração com Nicolás Cortés
Pagamentos de serviços, recargas e interoperabilidade são alguns dos produtos que a carteira argentina Lemon Cash começará a oferecer na Colômbia no próximo mês.
“Em outubro, teremos a operação lá [na Colômbia]. No Peru, Lemon é uma carteira de criptomoedas, mas também uma carteira em moeda local e, na Argentina, temos a licença para capturar depósitos de usuários; por isso, tem saldo em pesos e criptomoedas e os pagamentos podem ser feitos em ambas as moedas. E é isso que queremos alcançar na Colômbia”, disse Federico Biskupovich, diretor de operações da Lemon durante o Latam Fintech Market em Barranquilla, à iupana.
Para lançar a plataforma completa, Lemon precisa de um parceiro colombiano local para permitir a integração com a Bre-B, por exemplo. O executivo preferiu não revelar o nome de seu próximo parceiro, mas confirmou que está em negociações.
Esse modelo não é novidade para a fintech. Na Argentina, já opera com a Galicia Asset Management para oferecer transações cripto-fiduciárias (em Transferências 3.0) e obter retornos diários graças ao gestor do fundo de investimento.
Enquanto no Peru, mantém uma aliança com o GMoney, um emissor de dinheiro eletrônico, o que lhe permite integrar-se ao esquema de interoperabilidade com Yape, Plin, Bim e outros.
Na Colômbia, o interesse da Lemon Cash visa a replicar essa fórmula e aproveitar a infraestrutura habilitada pelo Bre-B, usando um ator monitorado para lançar rapidamente um esquema de transação que permita que os fundos sejam movimentados entre carteiras digitais.
“Na Colômbia, há muitas fintechs, mas elas são administradas pelos bancos. Ainda é preciso haver bastante desenvolvimento e crescimento, o que, na minha opinião, a Bre-B vai conseguir, para que as condições de transferências e pagamentos sejam equiparadas, para que seja possível transferir dinheiro de um aplicativo para outro sem que seja cobrada uma taxa instantânea”, destacou o diretor de operações.
Até o momento, o aplicativo Lemon Cash no país cafeeiro só permite a compra e venda de criptoativos como Bitcoin ou Ethereum, colocá-los em um fundo de investimento e retirar o dinheiro por transferência PSE para qualquer banco. No entanto, com as novas funcionalidades, a plataforma passaria a ser uma carteira de criptomoedas, com a opção de um cartão virtual ou físico para efetuar pagamentos, obter ganhos ou cashback (como acontece no Peru) e muito mais.
Com esses novos atributos, a empresa pretende fechar o ano com 200 mil usuários na Colômbia e, assim, aumentar seu número de usuários regionais, que hoje já ultrapassa 4,5 milhões. Biskupovich não descartou que outros mercados se juntem a esse crescimento da plataforma.
“Fizemos uma tentativa de lançar um produto no Brasil há cerca de dois anos, mas não funcionou muito bem. Mas é provável que no próximo ano voltemos a explorar essa possibilidade. [Por enquanto] Estamos focados na América Latina, e nossa jornada começou pela Argentina, Peru e Colômbia, e agora temos que enfrentar o monstro do México e do Brasil”, adiantou.