A fintech de ajuda humanitária AAvance atenderá a pagamentos de assistência social fora da Colômbia, mirando o segmento de populações migrantes sem acesso a produtos financeiros. Além disso, a plataforma estabelecerá mais modelos de banking as a service (BaaS) no Equador, Peru e Panamá, os próximos mercados onde espera criar raízes no próximo ano.
“Vamos trabalhar na busca de aliados que possam gerar a oportunidade de conectar BaaS [nos outros países] para poder integrar nossa mesma carteira digital e que possamos participar de programas de inclusão financeira, como estamos fazendo na Colômbia em outros países da região”, disse Magreth Gutiérrez, fundadora da AAvance.
A CEO da empresa confirmou à iupana que o plano de expansão regional será realizado com a Cruz Vermelha Seccional de Cundinamarca e Bogotá, com a qual assinaram recentemente um acordo de colaboração para o desenvolvimento de uma carteira digital co-branded. O acordo também incluiu a emissão virtual e física de cartões de débito e pré-pagos para populações vulneráveis e/ou em crise.
“Somos os novos operadores financeiros da Cruz Vermelha Seccional Cundinamarca e Bogotá. Esperamos alcançar grandes resultados integrando tecnologia e inovação social com a importante missão que caracteriza esta organização. Nosso objetivo é que, trabalhando lado a lado com a Cruz Vermelha, possamos promover uma expansão em toda a América Latina”, explica Gutiérrez.
A CEO da AAvance projetou que a inclusão financeira com impacto social com ajuda humanitária e atenção às populações vulneráveis em crise continuará sendo o núcleo operacional do negócio. Além disso, ele ressaltou que o objetivo é expandir o espectro de serviços financeiros disponíveis para populações em condições vulneráveis atendidas por ONGs e governos.
Em primeiro lugar, AAvance transfronteiriça
Em relação ao plano de dispersão de subsídios fora da Colômbia, um primeiro piloto já está em andamento no Equador junto com a organização cristã World Vision International, sob um modelo B2B2C, visando a um segmento populacional de trânsito migratório.
“No Equador, estamos começando a explorar oportunidades para poder atender populações migrantes que não têm documentação e que receberão alguns benefícios econômicos de ONGs e/ou do governo e queremos atendê-las por meio de nosso programa de cartão pré-pago”, explica Gutiérrez.
As dispersões de ajuda humanitária da AAvance operam por meio de um cartão pré-pago garantido pela Visa. Mas esse produto não gera inclusão financeira por si só, pois está sujeito a desembolsos governamentais ou de organizações não governamentais (ONGs) e não está habilitado para recargas.
No entanto, para os bancos, o cartão funciona como um traço de transnacionalidade e rastreabilidade cujas informações servem para garantir o consumo efetivo de recursos em produtos ou serviços já estabelecidos, e assim reduzir o risco de fraude ou desvio de fundos. Além disso, para os doadores, esse meio eletrônico eliminará as despesas de impressão e a logística de cheques ou dinheiro.
“Para os beneficiários, isso facilitará sua integração social e econômica, permitindo que a ONG disperse recursos à medida que as pessoas se mobilizam. O fato de alguém estar em situação migratória de trânsito ou em condição de vulnerabilidade não significa que desconheça suas necessidades. O que precisamos é oferecer segurança e inclusão para que eles possam usar ferramentas financeiras tecnológicas que lhes permitam seguir em frente”, disse a executiva.