A fintech B2B Klu, regulamentada pela Lei de Fintech no México, disse que alcançar a lucratividade dentro dessa estrutura regulatória representa um desafio, portanto, eles continuam avançando sua estratégia agora como adquirente, indica seu CEO.
“Estamos operando, principalmente, com uma licença que é altamente regulamentada e não muito capacitada”, disse Alberto Djemal, CEO da Klu, à iupana.
“Tivemos que ser muito criativos para realmente transformar nosso modelo de negócios e conseguir gerar lucratividade por meio de uma instituição de fundos de pagamento eletrônico [EPI]”, acrescenta.
A Klu agora está evoluindo de um agregador para um adquirente não bancário como parte de sua estratégia para diversificar as receitas e avançar em direção à sua meta de se tornar um banco nos próximos cinco anos. Com essa nova licença, ela busca fortalecer sua proposta abrangente para PMEs, que já inclui uma plataforma de gerenciamento financeiro e um cartão corporativo.
No entanto, o CEO acrescentou sua voz às críticas do setor que apontam para o desafio de fazer negócios como uma IFPE e para a necessidade de uma atualização da Lei de Fintech de 2018. Djemal é da opinião de que essa é uma questão à qual o órgão regulador deve prestar atenção.
“Há uma questão de poderes na qual o regulador pode se aprofundar e entender como capacitar ainda mais essas entidades [IFPEs] para que tenham mais atividades a desempenhar”, diz ele.
Pix Automático mira incluir pessoas sem cartão de crédito
O Brasil lança no próximo dia 16 de junho o Pix Automático, que permitirá o agendamento de cobranças recorrentes a partir de qualquer aplicativo bancário ou carteira digital. Os mais de 175 milhões de usuários do Pix poderão autorizar pagamentos automáticos de serviços como educação, academia, assinaturas ou contas, com total controle sobre datas, valores e notificações.
Com essa nova função, o Banco Central do Brasil busca facilitar a vida dos usuários e, principalmente, incluir os cerca de 60 milhões de brasileiros que não têm cartão de crédito e ficam fora de diversos serviços por assinatura, como streamings. Além disso, o BC mira abrir as portas para milhares de pequenas e médias empresas que antes estavam excluídas dessa funcionalidade devido aos altos custos de integração. Para isso, a autoridade espera criar um “efeito de rede” no mercado que impulsionará o ecossistema digital: quanto mais empresas e players adotarem o Pix Automático, mais fluido e eficiente será o sistema financeiro como um todo.
O Pix Automático será integrado de forma nativa ao open finance brasileiro por meio de uma API padronizada que permite às empresas migrarem de um provedor financeiro para outro sem redesenhar processos ou perder suas cobranças programadas. Esse é mais um passo na “revolução silenciosa” que tornou o Pix o método de pagamento mais utilizado no país, superando até mesmo os cartões, de acordo com as autoridades do Banco Central.
Você pode ler mais sobre essa jogada estratégica para pagamentos imediatos no Brasil, aqui.