O Banco Inter, do Brasil, expandirá sua marca para mais países da América Latina. Para isso, está lançando seu superapp, enquanto avalia alianças com bancos locais.
Com pouco mais de 30 anos de operações, o Banco Inter foi listado na Nasdaq em 2022 e atualmente tem quase 40 milhões de usuários, distribuídos no Brasil, nos EUA e na Argentina, este último mercado inaugurado em março.
Assim, as ambições do banco são levar seu diferencial – a experiência do usuário – para mais países da região, onde eles afirmam que poderão ganhar participação de mercado, em comparação com outros concorrentes.
“Nosso objetivo é, do ponto de vista tecnológico, poder atender a diferentes regiões geográficas; qualquer país onde possamos agregar valor à vida das pessoas”, disse Ray Chalub, COO do Inter Bank, ao iupana.
Em abril deste ano, o banco lançou o Forum, uma rede social financeira, onde os usuários podem compartilhar experiências e recomendações sobre compras ou investimentos. Esse lançamento faz parte da estratégia do banco de expandir seu superaplicativo bancário, que combina diferentes setores, a fim de melhorar a experiência e a retenção do cliente.
“Todos os usuários são verificados com identificação […] Há chats gratuitos em que as pessoas podem falar sobre suas vidas financeiras. Esse é o objetivo da formação da rede social Inter“, compartilha o executivo, que diz que a adoção tem sido ”enorme”.
Ele acrescenta que o Banco Inter tem uma lógica semelhante à da bigtech Google, em que, ao abrir uma conta de e-mail, você tem acesso a diferentes serviços, como streaming de música ou livros.
“Fornecemos uma conta ao cliente, com um cartão anexado, mas também atendemos o cliente com possibilidades de investimento, crédito, seguros, cartões-presente, transações internacionais, especialmente, para as regiões geográficas da América Latina”, observa Chalub.
Em uma região onde gigantes como Nubank ou Revolut estão ganhando participação de mercado no Brasil, México ou Colômbia, a aposta da Inter é na Argentina, um país que, apesar de seus desafios econômicos, mostra sinais de estabilização e abertura ao capital, o que lhe confere um valor estratégico que bancos e fintechs não podem ignorar: tanto por seu volume quanto por sua crescente adoção digital.
O Inter acredita que a principal razão pela qual os usuários escolhem seus serviços é porque oferece uma experiência perfeita e condições competitivas, como descontos e promoções em estabelecimentos comerciais.
A estratégia do Banco Inter na Argentina
Durante o primeiro trimestre do ano, o Inter obteve um lucro líquido de US$ 50,6 milhões, ou um aumento de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior, excluindo os juros minoritários.
Em sua aposta na Argentina, o banco brasileiro fez uma parceria com o Banco Industrial (BIND) local, uma empresa conhecida por sua estratégia de banking as a service (BaaS), que permitiu que o Mercado Pago decolasse e se consolidasse na cidade. O Mercado Livre anunciou recentemente que buscará uma licença bancária em seu país de origem.
Para o neobanco brasileiro, a operação é a seguinte: o banco local permite depósitos em pesos argentinos, enquanto o Inter oferece uma conta em dólares, permite o câmbio de moedas e a possibilidade de fazer investimentos nos EUA.
“Os quase 50 milhões de argentinos estão acostumados a viver seu dia a dia em pesos e dólares”, observa Chalub.
Ele explica que a cada entrada em um novo mercado o processo se torna mais fácil, embora ainda não possa revelar os novos locais de atuação, ele tem certeza de que continuarão a expandir seus serviços na América Latina.
Ele não descarta que a expansão será feita com parceiros locais, caso eles não optem por suas próprias licenças.
“O núcleo atual do negócio é financeiro; é a peça que se junta para ganhar a copa”, conclui Chalub.