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Estratégia do novo Nu no México: encontrar um nicho de crescimento nas microempresas

maio 19, 2025

Por Mitzy González Ramírez
A obtenção de uma licença bancária permitirá que o Nu ofereça serviços a um setor econômico fundamental do México: as MPMEs. Essa foi a declaração de Iván Canales durante a 88ª Convenção Bancária.

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Em sua nova fase como banco no México, o Nu busca expandir sua oferta de produtos e diversificar os segmentos que atende, com ênfase especial em soluções para folha de pagamento emicro, pequenas e médias empresas (MPMES), onde identifica uma oportunidade de crescimento. 

Em entrevista à iupana, Ivan Canales, CEO do neobanco, detalhou os planos de curto prazo da instituição, que em abril recebeu a aprovação para se tornar formalmente um banco no México, um processo que ainda levará vários meses e que lhe permitirá expandir sua proposta comercial, aumentar os limites de suas contas e explorar novos públicos-alvo.  

Nesse contexto, Canales disse que a experiência adquirida até agora lhes deu uma perspectiva útil para atrair clientes tradicionalmente excluídos do sistema financeiro, por meio de produtos que atendam às suas necessidades.  

“Estamos muito interessados no setor de PMEs, especificamente, nas microPMEs —que tendem a ser empresas muito menores— onde vemos dores de usuário muito semelhantes. E eles já nos conhecem por meio de nossos produtos de consumo”, explicou o CEO na 88ª Convenção Bancária Mexicana.   

O neobanco iniciou suas operações em 2019 no México, após sua rápida expansão no Brasil. Em 2020, lançou seu primeiro produto: um cartão de crédito sem anuidade, o que lhe permitiu se posicionar como um dos principais emissores do sistema por vários meses. Posteriormente, o lançamento de uma conta poupança com rendimentos de até 15% consolidou sua presença, somando mais de 10 milhões de clientes digitais.  

As declarações de Canales estão em sintonia com um dos temas centrais da convenção deste ano: como as instituições financeiras podem melhorar seus lucros e, ao mesmo tempo, incluir as pequenas empresas, um elemento central da economia mexicana, embora tradicionalmente inseridas na informalidade trabalhista e financeira.  

“Vemos que há produtos que são difíceis de assinar e que têm muitas taxas ocultas. Com todas as lições que já aprendemos no segmento de consumo, acreditamos que também podemos gerar uma oferta de produtos para esse setor (MPMEs), o que nos permite continuar a construir um México mais inclusivo”, acrescenta. 

“Estamos construindo uma marca muito querida nos últimos seis anos, por meio de nossos produtos de consumo. E essa marca pode ser traduzida de uma maneira muito boa para os produtos para PMEs”.

 

Segunda etapa da licença  

A licença de banco múltiplo também permitirá que o Nu ofereça contas salário. Canales explicou que eles tomaram essa decisão depois de observar um aumento na movimentação de fundos de outros bancos para o Nu a cada quinze dias, o que lhes indicou que seus usuários estavam movimentando seus salários.  

“Percebemos que, por meio de um produto de pagamento de salário, poderíamos facilitar a vida de nossos clientes”, disse ele.  

Apesar de ter uma licença robusta, o CEO descartou, por enquanto, a possibilidade de se aventurar em outros setores agregados, como o de telecomunicações, um setor no qual eles já têm experiência no Brasil.  

O processo para se tornar oficialmente um banco consiste em duas etapas. A primeira —aprovação da licença— já foi concluída. Nesse estágio, as autoridades analisam os documentos que levam em conta o plano de negócios, a capitalização e a solidez financeira do banco. 

“Na segunda parte, o regulador se concentra em garantir que o que escrevemos na primeira parte seja a forma como realmente operamos. O ponto mais importante é a auditoria inicial, em que o órgão regulador vem nos visitar e examina como estamos operando para garantir que estamos cumprindo a regulamentação e nosso plano estratégico de negócios”, descreve Canales.  

Com base na experiência de outras instituições —como a Revolut, que ainda está nesse segundo estágio, um ano após obter sua licença—, o processo pode levar vários meses. Entretanto, o Nu já começou a assumir funções semelhantes às dos bancos em outras áreas.  

“Já nos inscrevemos na Associação de Bancos do México (ABM)”, diz ele, referindo-se à poderosa associação das principais instituições financeiras do país. “Isso ainda está em processo, mas trabalharemos em estreita colaboração com eles para continuar a incluir mais mexicanos”, conclui.  

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