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Mexicana Spin descreve sua estratégia: está apostando em uma rede de pagamento QR no estilo da Yape e da Nequi

jan 27, 2025

Por Antony Pinedo
Spin nueva estrategia pagos QR

Femsa alcanza a 80 millones de mexicanos mensuales y quiere que Spin se coloque al medio de ese ecosistema con pagos y remesas, mientras descarta optar por una licencia bancaria –por ahora

 

A Spin, a carteira digital do varejista OXXO, está procurando replicar a estratégia de plataformas como Yape e Nequi para estabelecer uma rede de pagamentos por código QR.

À medida que a concorrência no setor de finanças digitais do México cresce, a fintech planeja aproveitar o ecossistema de sua empresa controladora, a Femsa, que inclui postos de gasolina, farmácias e 23 mil lojas OXXO, para impulsionar a adoção em massa de pagamentos digitais com QR.

O CEO da Spin, Ricardo Olmos, diz que a carteira, que atingiu 12,3 milhões de usuários em setembro de 2024, está buscando inspiração na concorrência regional. “Isso é algo que já vimos que foi muito bem-sucedido em outras regiões: cito o caso da Yape no Peru, Nequi ou Daviplata na Colômbia e, sem dúvida, o caso do Mercado Pago na Argentina. Acreditamos que temos tudo para causar uma grande disrupção aí.

A aposta da carteira se destaca no México, um país altamente dependente de dinheiro em espécie e onde os pagamentos por QR não ganharam força, apesar do fato de que a autoridade monetária até mesmo introduziu um trilho gratuito para transações peer-to-peer (P2P) das quais os bancos devem participar.

O executivo acredita que a adquirência tradicional não atingiu a maioria dos mexicanos e se concentrou apenas nas grandes cidades. Em média, há menos de 150 terminais de vendas para cada 10 mil adultos, enquanto esse número é dez vezes maior em países como o Brasil.

“Portanto, é uma grande oportunidade, um espaço em branco, onde estamos construindo uma rede muito forte. É um produto que lançamos recentemente e estamos confiantes de que temos um nível de potencial”, continua Olmos.

A estratégia baseia-se na criação de redes em locais onde o dinheiro não é aceito e onde seus clientes não têm outras alternativas viáveis. O projeto teve início no ano passado e permite o pagamento em pequenas lojas ou a vendedores informais, como vendedores de catálogos ou motoristas de táxi, digitando o pseudônimo do destinatário ou escaneando um código QR.

Em 2019, o Banco do México (Banxico) introduziu o CoDi, um sistema de código QR para transações de baixo valor, mas os resultados não foram os esperados. Um estudo atribui o fracasso do CoDi em ganhar força à pandemia, à evolução do sistema de transferência imediata SPEI, ao avanço dos cartões e ao medo da tributação.

De fato, de acordo com os números do Banxico, mais de 29 milhões de dispositivos estão registrados no sistema CoDi, mas apenas 3 milhões de transações foram feitas, seja de pagamento ou de cobrança.

“Acho que a grande barreira para o CoDi é que, para enviar e receber dinheiro, você justamente necessita de uma conta financeira do outro lado e, além disso, o nível de experiência ainda tem muito espaço para melhorias”, diz ele.

 

Spin e OXXO

Femsa, um conglomerado que atinge 80 milhões de pessoas todos os meses por meio de sua rede de varejo e distribuição da Coca-Cola, têm como objetivo integrar a Spin a essas várias unidades de negócios. Olmos reconhece que o OXXO é o motor do crescimento da Spin e tem como objetivo oferecer uma proposta omnicanal.

“[O diferencial é] sua extensa rede de pontos físicos, para fazer depósitos, saques e outras transações, sem a necessidade de ir às agências bancárias, o que lhe permite chegar onde os bancos tradicionais não conseguiram”, diz Ernesto Calero, consultor independente especializado no setor de fintech.

Nessa linha, o Nu Mexico fechou uma aliança comercial com o OXXO para que suas caixas registradoras sejam locais para depósitos e saques, devido ao destaque que o dinheiro em espécie ainda tem na sociedade mexicana. Essa é uma vantagem orgânica para a Spin.

Walter Pereira, especialista em tendências de fintech, argumenta que muitos empreendedores que buscam expandir no México e na América Latina não conseguem se concentrar apenas no digital, sem considerar a conexão física necessária para alcançar os usuários. “O OXXO no México não é apenas a ponte, mas também o destino: sua expansão é impressionante e seus números falam por si.”

As lojas OXXO não estão apenas no México, sua expansão chegou a cidades como São Paulo, Bogotá, Santiago e Lima. No entanto, Olmos não soube dizer se a Spin tem planos de expansão na região.

 

Remessas da Spin

Devido às ofertas limitadas de produtos que as carteiras digitais no México podem ter, frequentemente, sustentadas pela movimentação de dinheiro eletrônico, elas têm o desafio de obter lucratividade, muitas vezes, por meio do fornecimento de crédito com seus próprios fundos.

Quando perguntado se a Spin oferecerá crédito a seus usuários, Olmos respondeu que esse é um dos aspectos que mais os entusiasmam e que estão explorando no momento. Ao mesmo tempo, ele esclareceu que o modelo da Spin está gerando receita para a Femsa.

“São receitas que, vistas em uma ordem de magnitude, são claramente inferiores às do restante das unidades. Mas também somos uma unidade de negócios muito jovem e, sem dúvida, acreditamos e estamos comprometidos em ser esse motor de inclusão financeira sustentável ao longo do tempo, e esse é o caminho para o qual estamos indo”, diz ele.

O negócio de remessas, que, no fim de novembro de 2024, totalizava US$ 59,518 bilhões, um aumento de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, também representa um terreno fértil para as fintechs. A Spin é clara quanto a isso, pois quer melhorar seus processos para se tornar um canal preferencial para o recebimento de dinheiro.

“Acreditamos que esse será um dos nossos principais bastiões na próxima onda de crescimento”, prevê Olmos.

A Spin atua como uma instituição de fundos de pagamento eletrônico, uma figura regulamentada pela Lei Fintech, mas cujos limites desafiam os modelos de rentabilidade.

“Não é por acaso que algumas empresas de tecnologia estão optando por outras figuras jurídicas, como sofipos ou mesmo bancos, onde não há tantas limitações para o negócio”, observa Calero, que também foi presidente da Associação Mexicana de Fintech.

Perguntado se a Spin buscará uma licença mais robusta, Olmos respondeu: “Hoje, nosso foco é aproveitar a licença que temos”.

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