A fintech Finsus juntou-se à crescente lista de instituições — locais e internacionais — que solicitaram licença bancária no México, uma decisão que mostra o espaço que os players digitais têm para estimular a concorrência neste mercado.
Nos últimos meses, o ecossistema bancário do país asteca teve movimentos e espera-se mais. O Santander obteve autorização com a sua marca Openbank, o mesmo aconteceu com a inglesa Revolut. As multilatinas Nubank e Mercado Pago e as empresas locais Konfío e Plata também estão no processo, com o objetivo de ampliar sua oferta de produtos, diversificar receitas e ter acesso a algumas condições limitadas para os titulares.
Carlos Marmolejo, CEO da Finsus, explica que esta amplitude de oferta motivou a decisão. “Os bancos podem abrir conta no Banco de México (Banxico), ficar com o dinheiro e colocá-lo para trabalhar em outros tipos de mercado. Você pode participar dos mercados de câmbio, derivativos e investimentos.”
“Essa é uma vantagem que a licença bancária tem, que pode otimizar o uso do dinheiro que você não está colocando naquele momento”, acrescenta em entrevista à iupana.
Sua licença atual de sofipo (Sociedade Financeira Popular) estabelece que o dinheiro que não consegue emprestar deve ser depositado com um retorno limitado.
Outra motivação para expandir a operação é o consignado, produto exclusivo dos bancos e onde a Finsus quer competir para aproveitar a portabilidade. “As sofipos não participam nesta portabilidade. Isso também é uma desvantagem”, destaca o CEO do neosofipo de 270 mil clientes, que empresta a MPMEs com uma estratégia digital.
A mudança de governo e a possível saída dos dirigentes das entidades financeiras governamentais não preocupa, afirma Marmolejo. Embora estimem que a tramitação demore pelo menos alguns anos, seu processo já está sendo montado por um escritório de advocacia e será protocolado nas próximas semanas.
“Esperamos nos chamar de banco em breve. Porém, também não temos pressa. Poderemos estar lá quando as autoridades permitirem e confiamos que será em breve e que a transição será muito natural”, conclui.