O Mercado Pago, fintech do varejista eletrônico multilatino Mercado Livre, deixa a porta aberta para a opção de buscar uma licença bancária no México, embora esclareça que são supervisionados pelo regulador e possuem uma ampla oferta hospedada em sua plataforma.
Citando fontes não oficiais, a imprensa mexicana afirmou que a carteira está buscando uma licença de instituição bancária múltipla da Comissão Nacional Bancária e de Valores Mobiliários (CNBV), o que significaria uma mudança em sua licença de instituição de fundos de pagamento eletrônico (IFPE), uma figura comum entre as fintechs. A empresa não desmentiu e nem confirmou a informação à iupana, deixando, assim, o jogo em aberto.
“Não estamos fechados para uma nova figura, mas será algo que iremos analisar”, afirmou a empresa em comunicado.
“O Mercado Pago é uma entidade regulamentada; de momento, estamos muito satisfeitos com o valor que temos atualmente e com o qual oferecemos diversos produtos para as necessidades financeiras das pessoas”, acrescentou a carteira.
A licença bancária habilita as entidades a oferecerem serviços financeiros mais abrangentes do que a carteira eletrônica. Por exemplo, permite a oferta de rendimentos para poupança ou intermediação financeira com recursos dos correntistas. Ainda assim, o Mercado Livre conseguiu construir uma das ofertas digitais mais robustas do México, embora por meio de alianças com outros players em criptomoedas, remessas ou investimentos.
Uma garantia bancária tradicional — embora, neste caso, para serviços exclusivamente digitais — não se materializaria imediatamente. À época, a empresa disse à iupana que demorou pelo menos três anos para obter a autorização atual, concedida em 2022. E Bineo, banco digital do Banorte, apresentado em janeiro, demorou, pelo menos, quatro anos com o processo.
Porém, não seria a primeira vez que a fintech tramita uma licença bancária. Em 2018, ela obteve autorização para ser banco digital no Brasil.