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As finanças digitais chegam à escola: Mattilda e Educbank detalham estratégias

out 9, 2023

Por admin

Fintechs explicam a oportunidade de se especializar e atender nichos críticos como a educação na América Latina, setor que chama a atenção dos investidores

 

Por Roberta Prescott e Antony Pinedo

As fintechs da região estão criando modelos de negócios voltados para nichos cada vez mais específicos, em um movimento que denota a crescente maturidade da indústria, que tende à especialização. É o caso de empresas como Mattilda, do México, e Educbank, do Brasil, focadas na digitalização das finanças das instituições de ensino.

Esta estratégia de foco permite que as empresas aproveitem o seu conhecimento tecnológico para resolver pontos problemáticos em setores tradicionais de alta fricção, como a cobrança de matrículas escolares e o financiamento para as instituições.

É também reflexo de uma nova tendência de mercado: embora há alguns anos o interesse dos fundadores (e investidores) estivesse centrado em soluções que bancarizam públicos de massa, à medida que a concorrência cresce, as empresas optam por procurar clientes empresariais em segmentos específicos, que vêm com usuários finais garantidos.

 

Oportunidade no nicho educacional

Danilo Costa, fundador do Educbank no Brasil, destaca que o acesso ao financiamento para instituições de ensino é limitado, porque as entidades tradicionais as consideram parte de um setor volátil. “As escolas têm o problema de não conseguirem aceder ao capital, nem através de uma linha de desenvolvimento, nem através de crédito dedicado ao ensino básico”, afirma em entrevista à iupana.

Como ex-fundador de uma rede de escolas, Costa conhece os atritos que sofrem. Por exemplo, ele explica que as leis impedem que uma escola expulse um aluno inadimplente, nem as escolas costumam fechar por dívidas ao longo do ano letivo.

Buscando superar esse obstáculo, o Educbank desenvolveu um modelo de risco que utiliza aprendizado de máquina para processar uma ampla gama de variáveis ​​operacionais, acadêmicas e institucionais das escolas. A plataforma pode estabelecer uma pontuação com o objetivo de correlacionar desde o nível de aprendizagem dos alunos, até a qualidade operacional da escola e o valor de suas mensalidades.

Sua oferta inclui meios de pagamento e financiamento, além de subsidiar tecnologias como sistemas de gestão (ERP) e sistemas de aprendizagem (LMS), consultoria contábil e de marketing. A fintech diz que regista um crescimento médio de 20% mensalmente e que o desafio agora é chegar a 25% do setor, ou 10 mil escolas, um salto face às 300 escolas atuais.

Este boom de inovação para o setor educacional também gerou interesse entre os investidores. Na verdade, fundos como o Kamay Ventures afirmaram que as suas principais teses de investimento são em fintechs que fornecem soluções para pequenas e médias empresas para digitalizar pagamentos ou crédito.

Nessa linha, o Educbank captou mais de US$ 14 milhões (R$ 70 milhões) em agosto em uma colocação de obrigações (debêntures) seguradas com mensalidades educacionais, em uma operação coordenada pelo Itaú BBA. No ano passado, fechou uma série A por cerca de US$ 41 milhões (R$ 200 milhões) liderada pela plataforma educacional Vasta.

“A arrecadação será destinada ao crescimento do produto principal, denominado ‘inadimplência zero’”, acrescenta Caio Noronha, cofundador da empresa.   mesmo que haja atrasos ou descumprimento dos alunos. Caso alguém se atrase, o Educbank adianta o valor total para que a escola tenha dinheiro no fundo para o ano inteiro.

Noronha antecipa que, dentro das perspectivas para 2024, a fintech quer aumentar a sua atividade de financiamento e regressar ao mercado. “Hoje, há muita procura.”

E seu sócio acrescenta: “nos próximos 12 meses devemos arrecadar R$ 400 milhões (US$ 77 milhões) para financiar esse ambicioso plano. Uma parte já está coberta com a debênture de R$ 70 milhões e o restante virá com uma rodada série B, que deve ocorrer no segundo semestre.”

 

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Levantando capital para financiar escolas

Outra edufintech que recebeu financiamento recentemente é a mexicana Mattilda, que captou US$ 19 milhões na série A em julho, liderada pela GSV Ventures e tem uma linha de dívida de até US$ 10 milhões viabilizada pelo fundo mexicano Addem Capital.

“Terceirizamos a arrecadação mensal para instituições de ponta a ponta e fazemos isso em um esquema em que adiantamos o dinheiro”, conta José Agote, CEO e cofundador da Mattilda, à iupana.

A fintech, que atende faculdades e universidades, gerencia a arrecadação de mais de 35 mil alunos em aproximadamente 65 instituições, por meio de factoring.

Em geral, as escolas, explica Agote, não conseguem arrecadar 100% de suas mensalidades, então, a fintech, utilizando o histórico de arrecadação das instituições, determina o percentual real de arrecadação e, a partir disso, faz adiantamentos, em troca de uma comissão.

“Com base nesses 95% [recolhidos em cobrança], a gente estabelece um preço, porque adiantamos as mensalidades. É uma compra em um esquema de factoring”, detalha.

Em geral, as escolas da região carecem de sistemas automatizados para os seus esforços de recolha. Muitas delas envolvem procedimentos manuais que absorvem horas, sendo a área de economia uma das mais críticas para as escolas.

Em linha com isso, aceleraram o seu produto de crédito para instituições, atendendo à procura. Conhecer a movimentação das receitas das mensalidades lhes dá a oportunidade de coletar dados para conceder empréstimos aos seus clientes.

Agote concorda com seus colegas brasileiros ao dizer que as escolas têm dificuldade em obter financiamento, mesmo que ofereçam seus imóveis como garantia.

“Para os bancos, são imóveis de difícil execução”, afirma. “Nenhum banco quer aparecer na primeira página do jornal com: ‘Banco X executa hipoteca de imóvel. “Existem mil estudantes que não têm onde estudar.”

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