#TopStory
Fintechs ajustam estratégias nos mercados da América Latina
O cenário econômico atual está fazendo com que as fintechs se reestruturem — ou desistam — de suas operações em alguns mercados latino-americanos. Depois de anos de crescimento e expansão, elas procuram, agora, focar-se nos países onde surgiram e em melhorar a sua eficiência.
Nesta semana, o banco digital alemão N26 reorganizou sua equipe no Brasil e demitiu 15% de sua folha de pagamento (cerca de 20 pessoas), em meio a um alvoroço da mídia que afirmava o fechamento das operações naquele país; um ruído que o CEO se esforçou para desmentir, segundo o Brazil Journal. Também foi revelado nesta semana que cerca de 50 fintechs fecharam operações na Colômbia em 2022, uma “taxa de mortalidade” de 17,9%, de acordo com dados da Finnovista.
Outra fintech que mudou recentemente sua estratégia de internacionalização é a colombiana Addi, dedicada ao modelo de crédito ‘compre agora, pague depois’. Após pouco mais de dois anos de operações no Brasil, anunciou que deixaria o país para se concentrar na Colômbia e alcançar o ponto de equilíbrio no ano que vem, disse o cofundador da empresa à Forbes.
Essas notícias indicam como as fintechs dedicadas ao crédito estão lutando para se manter à tona em um momento em que os aumentos dos juros globais querem conter a inflação desestimulando o consumo.
Para Héctor Ortega, especialista em fintech radicado no México, esses contratempos nas expansões de fintech respondem a três componentes: o modelo de negócios, os regulamentos e a cultura local.
“Não é só ter uma equipe local, é entender como integrar essas regras ao seu modelo operacional. É caro, porque você tem que praticamente refazer o modelo, o que consome o lançamento no mercado”, diz o especialista.
A atual situação econômica também afetou o mercado de carros usados da OLX, que, gradualmente, encerrou as operações em países da América Latina, como Peru, Colômbia e Equador. Eles anunciaram, recentemente, que estão em processo de fechamento no México, país onde ofereceram oportunidades de financiamento.
“Fomos confrontados com desafios macroeconômicos e de mercado, que geraram um declínio significativo e persistente na indústria de carros usados”, respondeu Roberto Villalobos, gerente da OLX no México, por escrito à iupana.
#JogadasEstratégicas
dLocal vai operar como instituição de pagamentos no Brasil
A dLocal, fintech uruguaia especializada em pagamentos cross-border, foi autorizada pelo Banco Central do Brasil (BCB) a operar como instituição de pagamentos no país. Agora, a fintech poderá gerenciar contas pré-pagas e participar como iniciadora de pagamentos. Com essa autorização, a dLocal entra na concorrência de unicórnios como o Ebanx, que também processa e gerencia pagamentos globais.
Bitso se une à Stellar para pagamentos B2B internacionais
A exchange de criptomoedas Bitso se juntou à rede Anchor da Stellar, a fim de participar do diretório de entidades e empresas que conectam a rede com sistemas de pagamento tradicionais. A associação se dá com o objetivo de facilitar o pagamento de remessas para empresas, possibilitando o envio de dinheiro para o México, Brasil, Colômbia e Argentina.
Além do mais…
- No México, a Ualá fez parceria com a Western Union para que seus usuários possam receber remessas pelo celular.
- Também no México, o regulador autorizou a Pretech e a Quantum Pay a operarem como Instituições de Fundos de Pagamento Eletrônico (IFPEs). Com isso, já são 39 empresas que atuam no país nessa modalidade.
- A Diners Club Perú, operadora da bandeira de cartões Diners, associou-se à BPC para aprimorar sua solução tecnológica de detecção de fraudes.
#Investimentos
J. P. Morgan renova linha de crédito de US$ 90,3 M para Konfío
A fintech mexicana Konfío renovou sua linha de crédito com o banco americano J.P. Morgan por 1,52 bilhões de pesos mexicanos (US$ 90,3 milhões), para financiar seus empréstimos de até 5 milhões de pesos mexicanos (US$ 296.815) a pequenas e médias empresas mexicanas.
Mattilda arrecada US$ 19 milhões para a Série A
A fintech mexicana Mattilda, que fornece soluções de pagamento e financiamento para escolas, levantou US$ 19 milhões em uma rodada de financiamento série A. O investimento, que ocorre nove meses após sua rodada inicial, é liderado pela GSV Ventures, com participação da Fintech Collective e da Dila Capital.
Invariantes investirá US$ 30 milhões na AL e nos EUA
O fundo de capital de risco Invariantes anunciou seu terceiro fundo de US$ 30 milhões, com o objetivo de reinvestir em empresas de seu portfólio e em startups de novas tecnologias, como fintechs, companhias de inteligência artificial e deeptech, localizadas na América Latina e nos Estados Unidos.
Além isso …
- A aceleradora Rockstart vai investir US$ 6 milhões nos próximos três anos em startups latino-americanas que estão em estágio inicial.
- A Huawei e a Agência Mexicana de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Amexcid) lançaram o Spark Accelerator, uma aceleradora com US$ 1,6 milhão disponível para investir no Chile, México, Colômbia e Peru.
- As fintechs brasileiras PlayBPO, Edmond, Tributei ficaram entre as 13 últimas escolhidas para receber investimento do Black Founders Fund, do Google, fundo de R$ 16 milhões (US$ 3,3 milhões).
#Pessoas
Clara captura ex-big tech no Brasil
A mexicana Clara nomeou Francisco Simon como o novo country manager no Brasil, que ficará responsável pela área comercial e pelo segmento de negócios. O executivo já passou por empresas como Uber, Meta e Microsoft. Ele substitui Layon Costa, que permanece na empresa como diretor global de desenvolvimento de negócios.
Mónica Higuera, nova diretora regulatória na Colômbia
A Unidade de Regulação Financeira da Colômbia (URF) anunciou Mónica Higuera Garzón como sua nova diretora. O profissional possui 25 anos de experiência no setor financeiro como assessor de investimentos. Ela substitui Felipe Lega, que deixou o cargo no ano passado para assumir como sócio de risco regulatório da Deloitte. Ivonnie Edith Gallardo foi diretora interina.
Finerio Connect anuncia novo CTO para a América Latina
A startup mexicana Finerio Connect anunciou o equatoriano José Santacruz López como o novo chief technology officer (CTO) para a América Latina. O executivo é engenheiro de sistemas e TI, além de possuir conhecimentos de scrum master e product owner.
#iupanaExclusive
O Banco de Guayaquil tem um plano claro com seu spin-off PeiGO: fortalecer a carteira com produtos como nanocréditos, investimentos e seguros. Nessa semana, o CEO da PeiGO, Rodrigo Andrade, detalhou os próximos planos da carteira e reconheceu que estão acompanhando de perto as experiências do peruano BCP com Yape e dos colombianos Bancolombia e Davivienda com Nequi e Daviplata, respectivamente.
- Com PeiGO, o Banco de Guayaquil planeja rentabilizar a base da pirâmide social equatoriana.
- Eles antecipam que seus nanocréditos ficarão entre US$ 25 ou US$ 50, com possibilidade de aumentar as linhas.
- O CEO revela que estão rentabilizando a carteira cobrando comissões pelo seu uso.
Quer conhecer os detalhes da PeiGO na sua aposta nos ‘nanocréditos’ para atrair novos públicos? Leia a reportagem iupanaExclusive desta semana.