O progresso do Nubank na emissão de cartões de crédito não passou despercebido pelos bancos mexicanos. O Santander, terceiro maior banco do país, está simplificando o fluxo de sua contratação digital de plásticos, inspirando-se na fórmula do neobanco brasileiro, o maior emissor de cartões de crédito nos últimos seis meses.
Com isso, a subsidiária do banco espanhol quer conquistar um mercado de massa por meio de seus produtos LikeU, um cartão personalizável, e Samsung, um plástico criado em parceria com a empresa de tecnologia, que é contratado por meio de uma carteira digital disponível para os aparelhos da marca.
A chave, diz Jorge Giuffra, diretor-adjunto de crescimento de produtos digitais do Santander México, é incrementar a emissão com processos de contratação simplificados para aumentar as aprovações para linhas de crédito menores.
"Vamos lançar um fluxo [de integração] mais curto, oferecendo uma linha de crédito mais curta", ressaltou Giuffra à iupana.
"Estamos procurando fazer [a integração] com fluxos 100% digitais. Para melhorar a taxa de conversão [...] e ter um fluxo o mais parecido possível com, por exemplo, o Nubank ou o Rappibank, onde o cliente não precisa ir a uma agência ou enviar documentos físicos", acrescentou.
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Uma questão de números
O México é um país com cerca de 130 milhões de habitantes e quase metade da população é economicamente ativa. No entanto, havia apenas 26 milhões de cartões de crédito emitidos por bancos em março. Esses números demonstram o espaço que atraiu fintechs como Nubank, Mercado Pago, Ualá, Klar e Stori para lançar plásticos de forma mais flexível para setores carentes.
Na mesma data, o Santander México tinha quase 4 milhões de cartões de crédito em circulação, em comparação com os 3 milhões de plásticos aprovados pelo Nubank em 3 anos de operações no mesmo mercado. A Stori também atingiu recentemente 2 milhões de usuários e a Klar aprovou plásticos para mais de 1 milhão de clientes.
Esse salto está motivando a área de crescimento de produtos do Santander a expandir o alcance de seus empréstimos ao consumidor, em um mercado que é crucial para o grupo e onde ele quer dobrar de tamanho.
A propósito, o banco também está promovendo seu Members Wallet, um produto digital em parceria com a gigante da tecnologia Samsung, posicionado como uma nova porta de entrada para envolver os clientes por meio de parcerias e um cartão de crédito aplicado digitalmente.
De modo geral, a simplificação de seus processos e um foco mais amplo na digitalização e na experiência virtual do usuário têm como objetivo: "aprovar mais, ir para um mercado de massa e não ter um modelo de risco tão estruturado, porque assim você permite que mais pessoas tenham seu cartão de crédito", revela Giuffra.
"Por que o Nubank aprova tanto? Porque ele usa esse fluxo, onde pede poucos dados, as pessoas dizem: como o Nubank pode pedir tão poucos dados e os bancos pedem tantos? Um banco lhe dá uma linha de crédito de US$ 5.000 a US$ 7.000 no México. O Nubank lhe dá de US$ 200 a US$ 300", diz o executivo, prevendo que as novas linhas de crédito serão de até MXN 23.000 (US$ 1.300).
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