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Pichincha Peru busca aliados e fornecedores para avançar em open banking

jun 12, 2023

Por Antony Pinedo

A subsidiária do maior banco equatoriano está desenvolvendo novos negócios de open banking, buscando aliados, fornecedores e soluções regulatórias para realizá-los. Liz Riveros, líder de open banking e integração do Pichincha Peru, explica a estratégia exclusivamente para iupana

O Banco Pichincha no Peru está reorganizando sua estrutura gerencial, tecnológica e de talentos para fortalecer sua estratégia de open banking, a fim de promover uma nova linha de negócios e receitas.

Como parte de seu plano, o sétimo banco do sistema, em termos de depósitos e colocações, também está avançando no desenvolvimento de suas APIs (interfaces de programação de aplicativos) para expor terceiros, buscando associações com outras entidades e até preparando uma proposta regulatória para o supervisor peruano, que está nos estágios iniciais de desenvolvimento de seu modelo de finanças abertas.

Assim, o banco de origem equatoriana ingressa na tendência da troca de dados para a construção de novos produtos e serviços, movimento ao qual instituições latino-americanas começam a aderir mais rapidamente, já que seus adversários fintechs e big techs capitalizam casos de uso que geram disrupção no mercado, atraindo clientes.

“Pichincha está passando por um processo de reengenharia”, diz Liz Riveros, líder de integração e open banking do Pichincha Peru, em entrevista à iupana.

“Muitas áreas estão sendo reestruturadas. Até o ano passado, o banco não via nada de open banking”, acrescenta. “Uma meta que temos da administração é poder implementar um modelo operacional e ter um caso de uso de open banking até o fim do ano.”

Para atingir esse objetivo, a direção do banco agregou novos talentos à instituição em um processo de mudança interna iniciado no fim do ano passado. Além disso, acompanha de perto o progresso do que seus pares estão fazendo em mercados mais maduros, como o Brasil, onde open finance está avançando rapidamente.

“A ideia é que possamos monetizar nossas APIs e vê-las como um produto”, observa a executiva, falando sobre a arquitetura que permitirá ao banco se comunicar com outras entidades e vice-versa para compartilhar funcionalidades.

“Estamos vendo que o crescimento da ‘apificação’ não é só para sistemas e aplicativos internos do banco, mas também podemos fazer negócios com as APIs que temos e podemos expor a parceiros e a outras entidades que agregam ao nosso negócio”, adiciona.

A primeira funcionalidade que esperam apresentar nos próximos meses é a consolidação de todas as contas de clientes na aplicação do banco, algo que esperam que tenha impacto na experiência do utilizador e que seja o ponto de partida para a área de open banking.

“É o nosso primeiro caso de uso, sem a necessidade de criar um modelo de negócio”, revela a porta-voz, adiantando que vão procurar alianças com outros bancos para desenvolvê-lo Mais tarde, o banco também planeja implantar uma solução de pagamento que permitirá o endereçamento e a utilização de cartões de débito.

 

Proposta para o regulador no Peru

A regulamentação é fator determinante para o desenvolvimento de open finance, como demonstra o avanço mais efetivo do esquema no Brasil, onde o banco central exige sua adoção obrigatória e instruiu o sistema em cada etapa da implantação. A experiência contrasta com a do México, onde a falta de regulamentação freou o desenvolvimento do modelo.

Apesar de bancos e fintechs reconhecerem o potencial da troca de informações transacionais, o esquema ainda não atingiu a maturidade na região, segundo relatório recente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da FData, associação global que promove open finance. A pesquisa constatou que uma das maiores barreiras ao desenvolvimento é a falta de regulamentação.

Por exemplo, o Peru é um mercado onde as leis para a promoção de finanças abertas estão em anteprojeto, então ainda há um longo caminho a percorrer até que uma lei a esse respeito seja publicada.

O Banco Pichincha diz que uma forma de agilizar o processo é que surjam propostas do setor privado, necessárias para motivar os reguladores. Assim que o banco definir seu próprio modelo de operação, fará uma proposta à Superintendência de Bancos e Seguros (SBS).

“É dizer a ele: olha, eu tenho esse modelo operacional. Sabemos que existem outros bancos que também estão olhando para essas questões e estamos seguindo essas regulamentações a nível mundial, como Brasil, Colômbia e México, que já implementaram open banking e já estão sendo regulamentados”, diz Riveros.

 

APIs de controle

Mas, antes disso, o banco está colocando ordem em seu processo de adaptação de dados e como irá abri-los e gerenciá-los para outros players. Pichincha está assumindo um papel de liderança na construção de sua arquitetura aberta. Riveros destaca que, antes, suas APIs eram desenvolvidas e implementadas por terceiros, mas agora querem ter mais visibilidade.

“A ideia é que a gente se empodere. É ter controle, porque muitas vezes é terceirizado e para o pessoal do banco isso é uma caixa preta, como tudo é feito. A ideia é termos o controle dos aplicativos e das coisas que podemos construir”, aponta.

O banco está em processo de contratação de uma empresa como provedora de tecnologia, mas destaca que esse parceiro deve ajudar a tornar as APIs um produto bancário, sob sua direção e desenvolvimento. E tão importante quanto isso é que gerem uma plataforma capaz de gerar renda.

“Esse é o objetivo: conseguir reduzir custos com fornecedores e que o conhecimento, e toda a responsabilidade, fique com os funcionários do banco.”

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