A nova geração de fintechs latino-americanas que vai atrair a atenção dos investidores estará focada em soluções que facilitem o acesso ao mercado de capitais alternativo e a evolução dos pagamentos transfronteiriços, disse à iupana Rafa de la Guía, sócio da Quona Capital.
A empresa de investimentos, que tem cerca de US$ 771 milhões em ativos sob gestão, é especializada em países emergentes. Ele considera que, especificamente na América Latina, ainda é preciso reduzir o atrito nas transferências internacionais, além de facilitar o acesso ao mercado de capitais e a securitização de ativos. Por isso, eles estão investindo em empresas que usam blockchain e tokenização para gerar bens negociáveis nas bolsas.
De la Guía adverte que esses modelos de negócios inovadores exigirão uma evolução da atual infraestrutura tecnológico-financeira. “Com ‘os ferros e canos’ que temos hoje, grande parte da inovação não vai ser possível”, alerta o investidor. O fundo tem, em seu portfólio, fintechs como Creditas, Klar, Neón e Konfío.
Falando da queda sustentada de capital, que preocupa fundadores e tem gerado demissões em startups, De la Guía garante que empresas com modelos e resultados sustentáveis terão acesso a recursos.
“Não entro em pânico […]. Além do Quona, existem muitos fundos regionais que tiveram muito sucesso nos últimos anos”, diz ele. A empresa apresentou, ontem, seu relatório de impacto de 2022, onde lista que fechou cerca de 21 negócios globais, dobrando sua participação em empreendimentos financeiros para micro, pequenas e médias empresas, finanças pessoais, pagamentos e embedded finance.
“O capital é o combustível das startups, mas o importante são os clientes e as métricas”, recomenda.