Na corrida fintech latino-americana, há um punhado de concorrentes claros. Entre eles, Spin by OXXO está conquistando espaço no mercado mexicano em rápido crescimento, apoiado por sua enorme matriz, sua vasta rede de lojas de conveniência e uma oferta que está se expandindo gradualmente.
A carteira, que foi lançada em março de 2021 e obteve sua licença oficial em outubro, atingiu 4,3 milhões de usuários no fim do terceiro trimestre deste ano, dos quais 69% estavam ativos. Até 2023, pretende atingir 10 milhões de clientes com produtos de pagamento, programas de fidelidade e remessas.
É um exemplo do potencial encontrado não apenas em finanças incorporadas e integrações, mas também em pagamentos de circuito fechado na América Latina.
“Sem dúvida, o OXXO contribuiu significativamente para o posicionamento da nossa marca, bem como para a aquisição de usuários graças ao número de lojas, e nos ajudou a complementar nossa proposta de valor. A possibilidade de realizar diferentes operações fisicamente em uma loja OXXO é um dos nossos principais diferenciais competitivos”, explica Marcela Vega, CFO da Digital@Femsa, divisão de inovação do grupo, em entrevista ao iupana.
“No entanto, é importante mencionar que na Spin by OXXO nos esforçamos para desenvolver um produto abrangente.”
De fato, OXXOs são um elemento onipresente da paisagem mexicana. A Femsa, segundo maior grupo varejista mexicano e latino-americano, disse que, em 2021, abriu uma loja por dia. Em 2022, eles relatam cerca de 20.780 lojas em funcionamento que, além de alimentos e bebidas, oferecem uma ampla gama de serviços financeiros que vão desde depósitos e pagamentos de serviços, até recarga de saldo de celulares e pagamento de compras online com dinheiro para 13 milhões de compradores diários.
Agora, a empresa aposta em recriar esse modelo em um ambiente digital e intuitivo. Na verdade, tanto as lojas quanto o aplicativo são usados para as mesmas operações: abrir conta, enviar e receber dinheiro por meio de transferências eletrônicas imediatas (SPEI), efetuar pagamentos de serviços, fazer saques em dinheiro. Fecham o fluxo de feedback com um programa de fidelidade com 22 milhões de associados, onde os correntistas Spin podem receber benefícios nas lojas, acumulando pontos nas compras que fazem com o cartão.
“A criação da Digital@Femsa responde à oportunidade de concentrar todo o aprendizado do setor financeiro e digital que acumulamos ao longo dos anos para transformá-lo em uma plataforma de inovação”, acrescenta Vega. “A estratégia é construir um portfólio omnicanal de diferentes produtos e serviços financeiros e digitais que simplifiquem a vida de milhões de pessoas”, continua.
“Com base no modelo de negócios e de acordo com as regulamentações aplicáveis, buscaremos fortalecer e aprimorar cada uma das funcionalidades de nossa plataforma”, diz o executivo. Nesse caso, eles aumentarão a capacidade das contas digitais para suportar limites de crédito maiores e também habilitarão a opção para quem deseja receber remessas em sua conta Spin.
As remessas representam um grande fluxo de pagamentos no México. Em 2021, o país foi o segundo destino ou destinatário das remessas, atrás apenas da Índia, lembrou Vega. Até setembro deste ano, as remessas chegaram a cerca de US$ 43 bilhões e o fluxo deve continuar crescendo, o que está incentivando as startups a experimentar novos modelos de pagamento transnacionais.
“Esses números nos motivaram a desenvolver uma alternativa para que as pessoas que recebem remessas possam receber e administrar esses recursos por meio de uma ferramenta eficiente e segura”, afirma o diretor-financeiro.
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B2C, mas também B2B
Em termos de aquisição de clientes, os resultados até agora colocam a Spin acima do Nubank no México, que registrou 3 milhões de usuários no fim do terceiro trimestre, embora ainda longe do Baz, superapp do Banco Azteca, entidade com maior participação de mercado no México, que disse ter 10 milhões de usuários em setembro, esquentando a competição em um dos mercados mais cobiçados da América Latina.
No entanto, a carteira é apenas uma das arestas da estratégia virtual da Femsa, que é engarrafadora e distribuidora da Coca-Cola em dez países da região. A empresa também está desenvolvendo uma divisão financeira para micro, médias e pequenas empresas.
Acostumada com grandes números, a empresa disse que vê aí uma oportunidade para 15 milhões de microempresários e empresas, que deve ser alcançada primeiro por meio de pagamentos. Pensando nisso, anunciaram há um mês a compra do agregador de pagamentos mexicano NetPay, operação que aguarda sinal verde das autoridades.
A aquisição também os ajudará a aproveitar o relacionamento com as empresas para começar a oferecer outros serviços e produtos, como créditos ou software de gestão empresarial, diz o executivo, uma tendência que vem crescendo no México e no resto da América Latina, uma região com forte impulso microempresarial.
Vega explica: “dentro das iniciativas que o nosso ecossistema tem, não está apenas oferecendo ‘aceitação de pagamentos’, mas também uma ampla gama de serviços adicionais relacionados a ferramentas de gestão de negócios, pagamentos de impostos e fornecedores, entre outras funcionalidades de valor para nossos clientes . Com a compra do NetPay, poderemos usufruir várias dessas funcionalidades mencionadas”.
A conclusão da operação está prevista para 2023, diz o entrevistado.
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