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O futuro das finanças na América Latina e no Caribe

Disruptoras 2022: As mulheres mais inovadoras em finanças digitais

dez 12, 2022

Por admin

O prêmios “Las Disruptoras”, da iupana: conheça as mulheres que lideraram a inovação financeira na América Latina em 2022

 

Quando a iupana começou o reconhecimento a mulheres disruptoras, há três anos, as indicações eram poucas: um barômetro da baixa participação e representação das mulheres na indústria de finanças digitais.

No entanto, temos testemunhado como, ano a ano, a lista cresce. E não só em participantes, mas também em número de etapas corporativas promovidas, países participantes e, principalmente, criatividade e inovação nas soluções que as mulheres apresentam ao mercado.

Por isso, na iupana, empresa liderada pelo talento feminino, temos o prazer de mais uma vez premiar e rever a história das Disruptoras, as mulheres mais inovadoras em fintech no ano de 2022. Porque como diz Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e ativista paquistanesa pelo direito das mulheres à educação, há muito poder em compartilhar histórias de sucesso (e as vicissitudes que as precederam) na tentativa de continuar diminuindo a diferença de gênero.

“Eu sempre penso sobre quem eu sou e o que me define. E acredito que são nossas ações; nosso jeito e a nossa intenção que nos definem como pessoa”, apontou Yousafzai, durante o Mastercard LAC innovation Forum 2022, realizado em Miami no mês passado.

“É por isso que aproveitei todas as oportunidades que estavam à minha frente para ter certeza de contar minha história. Ergui a voz e contei a verdade sobre o que estava acontecendo na minha cidade. É realmente muito importante compartilhar sua história, é algo que faço desde muito jovem e continuarei fazendo por outras pessoas que não têm acesso igual a oportunidades”, acrescentou.

Revelamos Las Disruptoras 2022 em um evento especial – Women in Digital Finance – no dia 6 de dezembro, quando ouvimos as perspectivas de muitas delas sobre a liderança feminina e seu impacto no setor financeiro.

Agora, apresentamos os perfis de cada uma das eleitas. Conheça-os.

 

Andrea Oconitrillo, Diretora do Centro de Inovação Financeira, Costa Rica

Criando uma política pública de inovação para a Costa Rica

Andrea Oconitrillo é a primeira mulher da Costa Rica a concluir uma especialização europeia em fintech. Com base em seus conhecimentos e mais de dez anos de experiência no Banco Central da Costa Rica, lidera o Centro de Inovação da entidade

Gerenciar uma política de fintech do zero. Esse tem sido o desafio de Andrea Oconitrillo, que, neste ano, liderou a implantação do primeiro hub de inovação financeira na Costa Rica, com o objetivo de aproximar o país do movimento fintech global.

A façanha, afirma, está em mudar a mentalidade sobre os benefícios da tecnologia e seu potencial para alavancar uma nova perspectiva de finanças no território. O espaço é construído para orientar o sistema público no desenvolvimento de capacidades regulatórias de acordo com a inovação.

“Encontrei na fintech esse propósito de vida: gerar um ecossistema no país que ajude na inclusão financeira e melhore a qualidade de vida das pessoas por meio do entendimento de suas finanças.”

O hub é, para já, um gabinete de serviços inovadores onde aconselham os projetos sobre os mecanismos para prosseguirem com as suas operações no país, mas é também uma oportunidade para o conhecimento mapear o campo de atuação e começar a desenvolver as mudanças regulatórias de amanhã.

A próxima etapa, avança Oconitrillo, é habilitar o hub como um espaço de teste. Para isso, devem primeiro executar a transformação digital das entidades que representam e do sistema financeiro em geral.

“A ideia é trabalhar uma estratégia de fintech em instituições de supervisão e regulação.”

 

Sandra Arellano, CTO, PeiGo

Transformando o banco digital no Equador

A peruana Sandra Arellano lidera o desenvolvimento de tecnologia para uma fintech equatoriana, que busca transformar a relação entre dinheiro e pessoas

Sandra Arellano nasceu no Peru, onde desenvolveu a maior parte de sua vida pessoal e profissional e o lugar onde as finanças se tornaram protagonistas. No entanto, no início deste ano, ele decidiu mudar de ideia e se mudar para o Equador para entrar na PeiGo.

O projeto surgiu para ser uma referência diferencial em relação aos bancos tradicionais, por isso tem o objetivo de “mudar a vida de muitos equatorianos na hora de administrar suas finanças”, afirma a CTO da PeiGo, que acrescenta que a firma pretende ser um banco digital que ofereça “serviços financeiros de forma fácil, rápida e segura”.

Atualmente, eles têm uma carteira digital e, olhando para o futuro, esperam reforçar e expandir os seus serviços. Seus objetivos pessoais e profissionais se enquadram com os da PeiGo. “O meu propósito e o da PeiGo é mudar a vida de muita gente. Tem coisas que, através da tecnologia, podemos melhorar de onde estamos.”

Neste 2022, Arellano conseguiu posicionar a PeiGo não apenas perante os equatorianos, mas internamente, como chefe da empresa, fomentou uma cultura e um ambiente positivos e divertidos, com o objetivo de treiná-los com valores empresariais.

Por fim, a CTO acredita que ainda há muito a ser feito no setor financeiro, em termos de igualdade de gênero. “Ficamos melhores na diversidade de papéis femininos em tecnologia, mas ainda há muito trabalho a fazer.”

A executiva conclui que as famílias têm a tarefa de incentivar suas filhas a seguirem carreiras relacionadas a finanças. “Falo para as mulheres não terem medo […] Às vezes, a gente tem um pouco de medo da tecnologia, porque a gente acha muito complexo, mas a verdade é que tudo se aprende.”

 

Mercedes Bidart, CEO e cofundadora do QuipuBank

Promovendo o empreendedorismo colombiano

Mercedes Bidart lidera plataforma que fortalece empreendedores colombianos não formalizados, por meio de acesso fácil e rápido ao capital

Natural de Buenos Aires, Argentina, Mercedes Bidart é formada em ciências políticas e mestre em planejamento urbano. Uma de suas maiores paixões reside no potencial que a tecnologia tem para promover e impulsionar a colaboração cívica e econômica em comunidades carentes.

Foi assim que ela começou, desde a universidade, a trabalhar na ideia do QuipuBank para aplicá-lo em sua Argentina natal. Porém, durante um congresso em que participou nos Estados Unidos, foi convidada para ir a Barranquilla, na Colômbia, e aceitou. Lá, começou um processo de pesquisa participativa para terminar de consolidar a ideia junto com Juan Constaín e Viviana Siless.

“Passamos muito tempo entendendo o que era o produto. Fazendo muitos pilotos, melhorando para o que hoje é 100% digital e estamos em todo o país”, explicou Bidart.

O QuipuBank, plataforma de crédito para microempreendedores, foi sua primeira experiência no setor financeiro. No entanto, na academia, a CEO sempre teve como foco a geração de soluções relacionadas à economia popular. Por isso, seu foco inicialmente foi entender o problema com todas as suas arestas, como a informalidade econômica e urbana, para então gerar uma solução que, nesse caso, resultasse em um produto financeiro. A solução também tem uma perspectiva de gênero porque perceberam que seu público é formado majoritariamente por mulheres.

Neste 2022, a Bidart se destacou na abertura das operações e posicionamento do QuipuBank. “Criamos a linha de crédito, a plataforma e a equipe, tudo. Eu diria que a maior conquista deste ano foi encontrar o produto que estamos escalando e chegar ao fim do ano com processos estáveis, com uma equipe sólida e com um produto funcional”, afirma.

Bidart deixa um recado para outras mulheres que estão iniciando no mercado financeiro: “Pode-se entrar nesse mundo, mesmo que não se vingue dele. É justamente aí que você vem com ideias mais frescas e revolucionárias, porque você não vem pronto, engarrafado, mas é capaz de pensar fora da caixa”.

Ele acrescenta que, independentemente de quais estúdios ou setores já tenham percorrido, há espaço para quem quiser entrar e mudar a dinâmica do sistema.

“A inovação é muito mais rica quando é alguém que vem de outro lado, de outra origem. Não importa o que você está estudando ou o que você fez, tem lugar, é só se animar.”

 

Frida Vargas, country manager México, Binance

Criando tendências para a indústria cripto mexicana

Frida Vargas lidera a maior bolsa de criptomoedas do mundo no México — uma posição que ela descreve como igualmente desafiadora e satisfatória — e de onde ela gera inovação enquanto quebra as desigualdades

De um inverno cripto a bancos apostando intensamente nessa indústria, o setor cripto inundou os feeds com manchetes diferentes. No entanto, sua expansão na América Latina continua em ritmo galopante e atraiu o desembarque da plataforma líder global Binance no México.

A empresa escolheu Frida Vargas como country manager no México, fato relevante, porque, como ela aponta, a indústria cripto não foi equilibrada desde o início. Mas Vargas alavancou seu conhecimento, planejamento e liderança para uma posição de gestão em um mercado altamente competitivo.

“Acho que essa é a posição que tem sido mais desafiadora para mim. Para mim é uma conquista, uma satisfação. Vejo como uma responsabilidade com o ecossistema, com a indústria em geral, porque o que vamos construir aqui pode ser a ponta de lança”, diz a executiva.

A Binance apresentou seus canais oficiais nas redes sociais exclusivamente para o México, onde interagem com seus usuários para compartilhar sobre lançamentos e atualizações de seus produtos financeiros. Além disso, eles têm uma estratégia definida para promover a educação financeira por meio de sua plataforma Binance Academy, onde buscam alianças com universidades para alcançar os alunos.

“Acho que é um caminho que temos, um caminho de colaboração para entender um pouco mais o ecossistema e poder conectá-los e vinculá-los melhor com a educação no México”, comenta.

Em sua carreira profissional, Vargas conseguiu ocupar cargos de gestão, foi gerente no México da edtech Crehana e foi líder da área de desenvolvimento de negócios da Bitso, unicórnio cripto mexicano.

“A indústria criptográfica ainda é dominada por homens. Não é um espaço tão igual. Por isso, estamos convidando esses espaços de interação a serem cada vez mais equilibrados”, garante.

 

Helena Lopes Caldeira, CFO, Inter&Co

Transformando empreendimentos em negócios internacionais

Helena Lopes Caldeira desempenhou um papel central na escalada do banco digital brasileiro para outros mercados e em sua transformação em um superapp

2022 é o ano em que o Inter migrou suas ações da bolsa brasileira B3 para a Nasdaq nos Estados Unidos. Também é o ano em que o banco digital avançou em sua internacionalização após a compra da fintech USEND e avançou em sua estratégia de superapp. A sua diretora financeira, Helena Lopes Caldeira, teve um papel fundamental em todo este processo.

O maior desafio foi a migração da B3 para a Nasdaq, plano que aconteceu após dois anos de trabalho e uma necessária mudança de estratégia, depois que a primeira tentativa não deu certo. “Isso foi um pouco diferente, porque as empresas costumam fazer seu IPO (oferta inicial de ações) diretamente na Nasdaq, mas não migram.”

Para a CTO, toda a mudança foi um processo que exigiu um grande grau de adaptação a nível pessoal. Na verdade, essa capacidade de superar circunstâncias traumáticas e enfrentar adversidades marca a forma como Lopes se expressa. “O ponto principal foi resiliência e muita inovação para redesenhar a estratégia e se adaptar aos obstáculos”, avalia.

Lopes tinha experiência em finanças antes de se envolver em fusões e aquisições corporativas (M&A). “Queria ter uma visão do mercado e do empreendimento. Eu queria empreender dentro de uma empresa, e o Inter tem muito disso”, contou sobre sua carreira.

Para ela, o ato de empreender é baseado na busca de melhorar as coisas e era isso que buscava quando decidiu mudar de carreira. Foi nisso que ela concentrou sua motivação para alinhar a estratégia de bolsa do Inter e pensar nos produtos que a plataforma do superapp precisava.

Seu conselho? “Não desista de querer fazer as coisas acontecerem e com eficiência.”

 

Susana Moscarda, Cofundadora e CCO, Fintech Solutions EAS

Modernizando a educação digital no Paraguai

De sua trincheira na Câmara Paraguaia de Fintech, Susana Moscarda usa treinamento e ecossistemas de dados abertos para impulsionar a inovação em seu país

O movimento digital latino-americano teve um desenvolvimento desigual na região. Enquanto alguns países viram o mercado financeiro tecnológico florescer, outros tiveram que ver o desenvolvimento da indústria de longe. Mas não por muito tempo.

No Paraguai, o boom das startups demorou, mas o carro da inovação começou a chegar — embora com alguns obstáculos de acesso. E eles respondem a um duplo recorte: baixo acesso à educação e um mercado que ainda não conseguiu escalar.

Nesse sentido, para Sandra Moscarda, o objetivo e a conquista deste ano foi fechar lacunas de oportunidades em termos de educação e incubação, democratizando o conhecimento da Câmara Fintech do Paraguai. Lá, ela ocupa as linhas de educação e open API, esta última com foco em ajudar pequenas empresas e seu descompasso tecnológico, bem como apoiar opções de crédito com dados alternativos.

Seu foco neste período é a modernização da regulamentação do país, por meio do envolvimento com os reguladores e da participação nas mesas de diálogo público-privadas que são realizadas para o avanço da legislação.

“A nova cultura tem que ser digital. Os processos não podem demorar anos, a tecnologia não espera tanto”, diz Moscarda, referindo-se ao fato de que a educação paraguaia deve adotar uma nova abordagem de metodologias ágeis, com cursos inovadores e atualizados em assuntos tecnológicos, como aconteceu há alguns anos com o Chile, país no qual a disruptora acumulou conhecimento por sete anos e lançou as bases de seu atual compromisso com a educação fintech no país.

“Na América Latina o que temos são recursos humanos, mas para que se transforme em talento precisamos disponibilizar e democratizar a informação, a que eles têm acesso. Não pode ser restringido por um custo monetário, mas deve haver uma opção gratuita de mínimo conhecimento e uma opção acessível de conhecimento especializado”.

O Paraguai está demorando para elevar seu nível de digitalização. No entanto, tem a vantagem de poder aprender com as histórias de sucesso de outros países latino-americanos.

O objetivo de longo prazo de Moscarda é propor uma abordagem educacional da tecnologia no Paraguai e seu impacto em várias frentes, como finanças. Uma vez estabelecida a incubadora tecnológica, o próximo passo será a aceleração.

O desafio à frente é o “burn out” do momento fintech. “Estamos em plena demanda para acelerar a absorção do conhecimento em um período de tempo muito curto. […] O ritmo é lento, mas é o caminho certo.”

 

Você quer aprender com as experiências de Las Disruptoras? Convidamos você a ouvir seus conselhos e perspectivas sobre fintech, empreendedorismo e muito mais, na gravação de nosso evento especial, Women in Digital Finance.

 

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