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Pagamentos de varejo na América Latina: a tokenização e a criptografia nos levarão ao futuro?

dez 5, 2022

Por Roberta Prescott

Pagamentos de varejo na América Latina: a tokenização e a criptografia nos levarão ao futuro?

À medida que os consumidores da América Latina adotam, cada vez mais, novas tecnologias de pagamento, ferramentas como tokenização e criptomoedas têm fortes oportunidades de crescimento, de acordo com executivos que participaram do Mastercard LAC Innovation Forum 2022

 

Garantir que os pagamentos sejam seguros e simples tem sido um dos grandes desafios de equilíbrio da revolução da tecnologia financeira globalmente. Este foi um tópico que esteve em destaque no Mastercard LAC Innovation Forum 2022, realizado em Miami, nos dias 29 e 30 de novembro, com líderes do setor apontando para pagamentos sem contato e tokenização como tecnologias críticas para o futuro dos pagamentos de varejo.

Além disso, moedas digitais que impulsionam blockchains e modelos Compre Agora, Pague Depois (BNPL, na sigla em inglês) são duas áreas importantes de inovação, de acordo com a Mastercard.

Os consumidores latino-americanos estão adotando rapidamente novos métodos de pagamento digital. Cerca de 86% dos consumidores latino-americanos usaram pelo menos um método de pagamento emergente no ano passado, segundo dados da Mastercard divulgados em junho.

E, embora isso demonstre o crescente interesse em adotar novas tecnologias de pagamento por parte dos consumidores, outras estão em desenvolvimento.

A Mastercard, por exemplo, aposta no crescimento do Click to Pay, que agiliza as compras online ao associar os dados do cartão do usuário a um número de telefone ou e-mail coletado no início do fluxo de checkout.

Após um lançamento recente no México, o Click to Pay será lançado no Brasil, Argentina, Chile e Colômbia em 2023; e deve ser implantado em toda a região nos próximos anos, segundo adiantou Walter Pimenta, vice-presidente-executivo de produto e engenharia na Mastercard LAC.

O Click to Pay se encaixa em uma tendência de tokenização de transações — algo que tem um enorme espaço para crescimento. “Só para dar uma noção de onde estamos hoje, 33% do nosso volume de pagamentos no comércio eletrônico nesta região já é tokenizado”, disse Pimenta.

Questionado sobre o Pix e como o sistema de pagamento instantâneo do Brasil poderia competir com os métodos mais tradicionais, Pimenta ressaltou que a inovação está acontecendo em toda a região e os pagamentos em tempo real estão crescendo em todo o mundo. O Pix é visto como um concorrente, mas o executivo destacou que, no fim das contas, trata-se de uma questão de escolha do consumidor.

“O Pix é claramente um concorrente, mas também abre todo um leque de oportunidades para nós. Há anos investimos em tecnologia. Temos conversado com o governo no Brasil para colaborar com o Pix para torná-lo mais seguro, mais robusto, então, é absolutamente um caminho que podemos explorar. Mas, quando se trata de crédito e débito, não estamos vendo nenhum impacto até agora”, acrescentou.

 

O caso de amor criptográfico da América Latina

Os executivos do Fórum de Inovação também foram otimistas sobre o futuro das moedas digitais na América Latina.

A América Latina é o maior mercado da Paxos, empresa de tecnologia financeira que fornece soluções blockchain para instituições financeiras globais. “A América Latina realmente adotou isso de uma forma que não vimos em outras regiões”, disse Charles Cascarilla, CEO e cofundador da Paxos.

As criptomoedas oferecem uma capacidade de armazenar valor, disse ele. E, mesmo com a volatilidade recente, permitir que as pessoas tenham dólares e os movam por diferentes trilhos, com custos mais baixos e menos necessidade de intermediários e bancos correspondentes “é algo muito poderoso”, acrescentou Cascarilla.

Pimenta observou a adoção de cripto em mercados com hiperinflação, como Argentina e Venezuela, onde os consumidores buscam investir em ativos digitais, principalmente moedas estáveis ​​emparelhadas com dólares americanos. “Você dolariza suas economias e as protege da inflação. A criptografia também está impulsionando a inclusão financeira”, explicou o VP executivo da Mastercard.

Mas ele destacou que cripto enfrenta um momento em que é necessário construir ou reconstruir a confiança dos consumidores, da indústria. “Blockchain é a tecnologia mais importante que protege todas as transações”, disse ele.

 

Como evitar um FTX na América Latina

De fato, construir confiança é um desafio no mundo digital de hoje —e os regulamentos desempenham um papel fundamental nesse objetivo, especialmente, à medida que a relevância da criptografia para pagamentos cresce. Como adicionar segurança e confiança, sem adicionar atrito, tem sido uma questão fundamental para pagamentos.

“Tem que confiar e a regulamentação prevê isso. Quando você olha para o espaço hoje, em grande parte, ele não foi regulamentado”, disse Cascarilla.

Em um movimento histórico para a região, o Brasil aprovou uma lei criptográfica em 29 de novembro, que deve trazer mais jogadores e confiança ao mercado.

“Como indústria, temos que construir confiança em todo o ecossistema; e a regulamentação está no centro disso”, disse Pimenta. “É um prazer saber que a regulamentação foi aprovada no Brasil. Acho que nos ajuda a prevenir situações como a que aconteceu com o FTX, por exemplo. Então, precisamos ter regras claras, precisamos ter papéis e responsabilidades claros para um mergulho profundo na indústria digital. Portanto, acho que a regulamentação é obrigatória.”

 

A Mastercard patrocinou a viagem de iupana ao Latin America Innovation Forum.

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