Em colaboração com Antony Pinedo
O banco digital mexicano especializado em cartões de crédito Plata obteve autorização para se constituir como Empresa Financeira na Colômbia. Seu CEO nos adiantou que buscará competir com produtos de captação de recursos em meio a uma guerra de tarifas que pode dificultar o posicionamento.
O país cafeeiro atraiu players regionais como Ualá e Nubank, além de fintechs mexicanas como Stori, Clara e Kapital Bank, devido ao seu volume de mercado e abertura à digitalização.
“Inicialmente, ofereceremos aos nossos clientes produtos de depósito, incluindo cartões de débito. No entanto, à medida que vemos as oportunidades, continuaremos a crescer para fornecer mais serviços de qualidade”, disse Neri Tollardo, cofundador e CEO do Plata, à iupana.
A estratégia do Plata na Colômbia difere da implantada no México, onde começou com um modelo de cartão de crédito de produto único que já tem 1,5 milhão de usuários. No país do café, quer abrir espaço para si com retorno sobre a poupança, mas as perspectivas são mais complexas.
“Onde o mercado é mais competitivo e difícil é na parte de depósito, porque agora há uma guerra de taxas para contas de alto rendimento. Então, você tem fintechs que estão oferecendo 10% ou 11% em depósitos. […] Acho que será muito mais difícil se destacar”, diz Carlos Ayalde, ex-country manager da Stori Colômbia e atual CEO da GatekeeperX, empresa especializada em segurança digital.
Outro desafio para Plata na Colômbia será a regulamentação, que limita os juros sobre o crédito, conhecida como taxa de usura, um teto que gerou críticas entre vários atores do ecossistema.
“O custo de financiamento para novos entrantes é alto, o que reduz as margens de intermediação”, alerta Lorenzo Garavito, sócio ReporteCapitalia.ai. “Ainda não há um vencedor claro nas fintechs. Plata tem que aproveitar sua proposta de valor, cashback e carência, e seu UX comprovado, como sua própria pontuação, para ganhar participação de mercado”, afirma.