A carteira digital peruana BIM está pronta para competir em outro nível. Ela acaba de atualizar sua infraestrutura de TI local para uma infraestrutura digital: seu sistema de armazenamento migrou para a nuvem da Amazon Web Services e ela adquiriu uma plataforma de pagamentos indiana para aprimorar suas operações. Com essa mudança, a empresa está agora em condições de expandir sua capacidade transacional, acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços para o segmento de MPME e competir com participantes regionais que são 100% digitais.
“Nosso core on-premise tinha um limite de capacidade de 3 milhões de transações por mês. Por isso, estamos buscando melhorar a capacidade de volume transacional para atender à nova demanda e também oferecer outros serviços financeiros, como compra de seguros, integração com marketplaces, entre outros”, disse Pedro Hidalgo, gerente de desenvolvimento de aplicativos da BIM, à iupana.
Juntamente com a nova arquitetura tecnológica, a extensão digital do banco mexicano Compartamos (acionista majoritário com 93%) planeja aumentar sua participação no mercado peruano de carteiras (atualmente liderado por Yape e Plin), oferecendo uma nova gama de soluções, como criação de contas, criação de negócios QR e colocação de crédito digital.
Com essas soluções, a carteira espera atingir um milhão de usuários até 2026, com cada cliente fazendo quatro “bimeadas” ou transações por mês. Atualmente, a BIM tem 350.000 usuários ativos, 90% deles do banco Compartamos. “Essa arquitetura digital mais robusta nos permitirá oferecer novos serviços financeiros e fortalecer toda a camada de UX para melhorar a usabilidade”, acrescentou.
Por outro lado, a mudança de core também lhes permitirá otimizar sua capacidade transacional na interoperabilidade de pagamentos do Banco Central de Reserva (BCRP), um sistema que atualmente gera mais de 165 milhões de transações por mês. “O sistema anterior se degradou e parou de funcionar, especialmente, nos horários de pico. Mas, com o novo núcleo, teremos capacidade para mais de 135 milhões de transações por mês”, especificou Hidalgo.
Nesse esquema, BIM é uma participante indireta (por meio do trilho de pagamento Niubiz) e concorre com carteiras de diferentes empresas. Essa abertura de participantes para o esquema BCRP lançou as bases para a chegada de novos participantes internacionais (por exemplo, Lemon Cash, bnka, Panda), uma característica do projeto de pagamento peruano que popularizou seu uso em 69%, em comparação com outros instrumentos de pagamento.
“A ideia é fornecer mais serviços, com governança de dados e uma exposição mais controlada e segura das APIs que queremos começar a fornecer como um serviço. […] Na BIM, temos open finance a partir de uma frente de pagamentos, mas ainda há uma falta de ‘apificação’. Já temos APIs com o banco Compartamos, mas vamos estender o modelo de banco aberto a outras instituições”, disse o representante da BIM, sem dar mais detalhes sobre essa futura estratégia de integração.