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Novo concorrente em wallets no México: STP explora o segmento de varejo

jul 15, 2024

Por Antony Pinedo

A fintech STP está expandindo as linhas de negócio, em um contexto no qual a licença é questionada pela comunidade e empresas como Santander e Uber não têm intenção de a utilizar

 

A fintech mexicana Sistema de Transferencias y Pagos (STP), especializada em processamento de pagamentos para clientes corporativos como Nubank ou Mercado Pago, explora o lançamento de produtos voltados ao consumidor final, o que resultará na entrada de um novo concorrente com tração num mercado competitivo.

Depois de focar exclusivamente no segmento empresarial nos últimos 15 anos, a empresa diz que capturou 95% das fintechs do país como clientes, o que permite conectar-se aos sistemas de pagamentos imediatos do México promovidos pelo banco central, conhecidos como SPEI , CoDi e Dimo.

Na procura pelo crescimento, o STP antecipa que a sua próxima fronteira é servir o segmento de varejo. “O que claramente nos falta e, para o qual de fato já estamos nos preparando, é o [segmento] B2C, o business to customer, onde podemos servir diretamente aos clientes finais”, afirma Jorge Malanco, diretor de marketing, comunicação e continuidade operacional do STP.

Os trilhos da fintech são utilizados por empresas como Spin by Oxxo, Rappi ou kubo.financiero. No entanto, a entrada no setor B2C levaria-os a competir no mesmo segmento com alguns dos seus clientes, que também procuram licenças bancárias próprias para reforçar a sua oferta e participar nos sistemas de pagamento do Banco do México (Banxico).

Uma fonte próxima do STP garantiu à iupana que, mesmo que os grandes clientes saiam, o negócio corporativo original continuará. E que entrar no segmento de consumo é um compromisso de diversificar produtos e serviços para novas linhas de negócios.

“Precisamos entrar muito fortes. É um mercado muito competitivo, muito segmentado, mas acreditamos que temos infraestrutura de tecnologia e conhecimento. Agora, estamos nos preparando para desenvolver como vamos entrar lá”, acrescenta Malanco.

Algumas instituições de fundos de pagamentos eletrónicos (IFPE) — licença contemplada na Lei Fintech e detida por STP — estão tentando figuras jurídicas mais robustas para poderem competir e diversificar os seus produtos. Porém, a fintech esclarece que está confortável com o IFPE, pelo menos por enquanto, argumentando que o conhece muito bem e que o lançará no próximo ano.

“2025 será definitivamente um ano de mudanças”, antecipa o executivo.

 

Fintech STP nada contra a corrente

A fonte anônima esclareceu que a estratégia de expansão da fintech se baseia na apresentação de uma wallet, aproveitando-se da sua experiência e robustez tecnológica; além de não gerar alterações de licença.

Embora Malanco não tenha especificado o produto que colocarão no mercado no próximo ano, concordou ao dizer que será algo “que não gera a necessidade de nos tornarmos outro tipo de entidade ou de nos sujeitarmos a outro tipo de regulação ou converter nosso modelo de negócios”.

Outros intervenientes no ecossistema expressaram as limitações comerciais da licença da carteira eletrônica e destacaram a urgência de uma atualização que alivie os encargos de supervisão e promova novos negócios.

Até mesmo fintechs como Klar ou Peibo solicitaram licenças mais robustas para escalar negócios, como uma empresa financeira popular (sofipo) e um banco, respectivamente. O mesmo acontece com o Mercado Pago, que informou que, nos próximos meses, iniciará o processo de obtenção de autorização para ser banco. Isso poderia permitir que dispensasse um parceiro como o STP e se conectasse diretamente aos sistemas de pagamento imediato no México.

Na iupana, também identificamos que empresas como Uber, Superdigital, do Santander, e Lana, embora possuam licença de wallet, não a colocaram em funcionamento por diversos motivos. No caso das duas primeiras empresas, elas garantiram a este meio que não utilizarão a sua autorização no curto prazo. O Santander até nos disse que a Superdigital está sendo substituída.

O STP segue outro caminho.

“Apostamos mais na inventividade, na criatividade financeira, tecnológica e regulatória, no mesmo modelo que temos hoje”, concluí Malanco.

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