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BancoEstado, de Chile, vê negócio no financiamento para fintechs, um mercado em expansão

maio 27, 2024

Por Antony Pinedo

Em um contexto conservador e de redução de investimentos em fundos de capital, o banco estatal chileno concederá empréstimos de mais de US$ 55 milhões para startups financeiras em fase de crescimento

 

O BancoEstado, do Chile, está fortalecendo seu programa de financiamento de dívida para fintechs chilenas em fase de crescimento, buscando expandir suas colocações de crédito em novos segmentos, ao mesmo tempo em que preenche parte do espaço deixado pelas empresas de capital de risco.

A entidade estatal chilena fortaleceu o Startup 5X, programa que estava em fase piloto em 2023 e que busca promover a inovação com empréstimos de mais de CLP$ 50 bilhões (aproximadamente US$ 55 milhões) este ano. O programa é voltado para empreendimentos em escala, segmento para o qual foi difícil encontrar acesso à capital durante 2022 e 2023.

“No caso específico das fintechs, consideramos que este é um subsegmento que apresenta uma grande oportunidade de financiamento por ter como clientes bancos e instituições financeiras que podem garantir uma maior eficácia”, diz à iupana Soledad Ovando, gerente-geral de crédito do BancoEstado, do Chile.

No primeiro trimestre de 2024, o investimento na América Latina recuperou ligeiramente, atingindo US$ 400 milhões, 33% a mais que no mesmo trimestre do ano anterior. Porém, esse volume está longe dos US$ 1,3 bilhão do 1T 2022, segundo números da CB Insights.

Este revés, desenhado pelas medidas macroeconómicas conservadoras ditadas pelos bancos centrais e pelas suas reduções nas taxas de juros, gerou um espaço onde o BancoEstado quer se posicionar. O terceiro banco do sistema está embarcando em um plano de expansão apoiado no aumento da concessão de empréstimos produtivos, como forma de impulsionar a economia.

Além disso, o Chile emitiu a sua primeira lei sobre fintech no ano passado, esperando que o mercado financeiro, concentrado em entidades tradicionais, se diversificasse. Também houve progressos na regulamentação de open finance e da inteligência artificial (IA), pelo que se espera um crescimento dos intervenientes, locais e estrangeiros.

 

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BancoEstado ajusta modelo de avaliação

Porém, o financiamento da dívida viabilizado pelo banco é voltado para empresas com capacidade de pagar um empréstimo, mesmo que tenham gastos intensos para investir no crescimento, o que queima recursos.

“O que se pretende com o modelo é conseguir chegar a empresas com tração comercial já bem azeitada e que se reflete no crescimento das vendas (…) e com capacidade de gerar uma base importante de receitas recorrentes”, acrescenta Ovando.

Essa modalidade de financiamento tampouco visa a adquirir ativos dentro de empresas, mas, sim, viabilizar empréstimos entendendo as particularidades do segmento. Na verdade, isto levou-os a ajustar os seus métodos de avaliação com a criação de uma comissão de crédito para avaliar o pitch dos candidatos.

“Nos vinculamos ao ecossistema de inovação, tentando colher a aprendizagem dos aceleradores de negócios e do capital de risco, para poder traduzi-la em um programa de financiamento de dívida”, afirma a gerente.

O programa junta-se a outra iniciativa recente que o banco promove em conjunto com a Wayra Hispam, empresa de capital de risco corporativo do Grupo Telefónica, com a qual procura promover a inovação no setor financeiro, por meio do apoio e do aconselhamento a startups.

A Startup 5X está focada em empresas que se estabeleceram no Chile e que têm projeções de continuar atraindo mais investimentos.

Nesse sentido, Ovando observa que é muito valioso que as empresas candidatas tenham passado pelos programas da Corporação de Promoção da Produção (Corfo), órgão público encarregado de promover a atividade produtiva, o que valida a confiança na empresa, uma vez que o financiamento da dívida utiliza uma garantia estatal que ajuda a mitigar o risco.

“Para nós é de extrema importância que a empresa esteja validada comercialmente no mercado e que tenha demonstrado capacidade de captação de capital de risco”, finaliza a gestora.

 

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