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Sodexo prova ser fintech no México e mira expansão

nov 13, 2023

Por Antony Pinedo

Através da Pluxee, sua nova divisão, o grupo francês testa produtos de viagens e crédito no México, ao mesmo tempo em que passa a ser listado na bolsa de valores de Paris

A Sodexo, multinacional de food service, escolheu o México para estrear seu negócio fintech, como campo de provas para testar se a solução — que vai além dos pagamentos — ajuda na consolidação de seu modelo como fornecedor de soluções corporativas: financeiras, de incentivo e administrativas.

Ancorada numa estratégia business to business to consumer (B2B2C), a empresa conhecida pelos seus vales-alimentação decidiu alterar o nome do seu segmento de negócio de “Benefícios e Incentivos” para Pluxee, no âmbito de uma estratégia global da empresa-mãe francesa, anunciada em abril e que tem como objetivo fortalecer a oferta de benefícios trabalhistas que seus clientes em 31 países oferecem aos seus colaboradores, ao mesmo tempo que renova a marca Sodexo, tornando-a digital.

Em agosto, a companhia recebeu autorização no México para operar como fintech, na modalidade IFPE (Instituição de Fundo de Pagamentos Eletrônicos). A licença da carteira permitirá uma melhor rastreabilidade das operações dos usuários, embora Jakub Roubal, diretor de inovação e fintech da Pluxee México, esclareça que o plano para a carteira inclui serviços mais diversos.

“Não temos interesse em ser mais uma solução tecnológica que atenda às transações”, explica em entrevista à iupana. “Mais do que um meio de pagamento, queremos abordar os benefícios dos funcionários, a forma como as despesas corporativas fluem dentro das empresas — e não ser apenas a ferramenta que envia uma transação do ponto A ao ponto B. Isso está feito”, acrescenta.

A estreia da vertical fintech vem com o lançamento de dois produtos: um para disponibilização e controle de despesas de viagens de trabalhadores e Pluxee Flexível, que permite que empresas de qualquer setor personalizem os benefícios ou incentivos de seus funcionários.

“É por isso que há tanta pressão. Não é só o retorno e os resultados financeiros que trazemos. É um prestígio e uma honra carregar essa bandeira da fintech como a única de todo o grupo”, afirma. “A ideia é essa: se fizermos bem aqui, replicaremos todo o sucesso que tivermos no mundo”, afirma.

Para começar, esperam gerir cerca de 17 mil viagens corporativas no ano fiscal de 2024, um indicador para saber se a estratégia local está dando resultados.

“Com essa solução vamos entrar em questões muito específicas, como gargalos na organização ou na administração das empresas”, afirma o executivo. Ao assumirem a dispersão das despesas de viagem, pretendem aliviar a carga manual nas áreas contabilísticas, além de garantir às empresas e aos trabalhadores que o dinheiro é pago e gasto de acordo com os padrões corporativos.

 

Marketplace de crédito e IPO

Em geral, o Grupo Sodexo está presente em 53 países, onde tem como clientes cerca de 500.000 empresas, que, por sua vez, têm cerca de 36 milhões de usuários.

O negócio fintech iniciou suas operações no México neste mês e, antes do fim do ano, planeja incorporar um marketplace de crédito em associação com uma empresa, cujo nome não foi  revelado na entrevista.

“Sabemos que a fome de empréstimos e créditos no país é muito grande”, afirma Roubal. “Se começarmos a desenvolver nossa [própria] solução, vamos demorar alguns meses.”

A oferta de crédito no México (e na América Latina) continua a ter espaço para novos players que queiram competir ao lado de bancos ou neobancos. Além disso, o uso da tecnologia para gerenciar riscos é uma vantagem, se a flexibilidade digital for aproveitada para ajustar modelos de capacidade e intenção de pagamento com base em dados alternativos, segundo disseram especialistas em um webinar organizado pela iupana em outubro.

As oportunidades de mercado e, sobretudo, o apoio do grupo francês, sugerem que a Pluxee alcançará rápida escalabilidade. A empresa informou que investirá 10% do seu faturamento anual em tecnologia todos os anos até 2025 e que contratará mais de mil talentos globalmente. Além disso, esperam tornar a vertical independente no primeiro semestre de 2024 e listá-la na bolsa de valores francesa.

“Queremos ter personalidade própria e poder expressar a forma como desenvolvemos os mercados e como pensamos a evolução dos serviços financeiros. […] Acho que era necessário, porque a empresa é muito reconhecida, é muito forte, mas também é uma empresa muito tradicional. E o que a gente quer refletir é mesmo essa fome que a gente tem de inovar, tem de fazer lançamentos e de entrar em mais indústrias”, conclui Roubal.

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