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The future of finance in LatAm & the Caribbean

O futuro das finanças na América Latina e no Caribe

Os destaques do Finnosummit e Fintouch

set 29, 2023

Por Eyanir Chinea

Esta semana, e quase concomitantemente, os players mais relevantes das finanças digitais reuniram-se nas duas capitais fintech da região: São Paulo e Cidade do México. A atmosfera dos acontecimentos transmitiu um renovado sentimento de otimismo, após as dificuldades dos últimos meses, embora sem conseguir replicar a recente bonança.

 

As tecnologias que dominaram as agendas foram inteligência artificial (IA), open finance e ativos virtuais. Entretanto, a regulamentação continua no centro das preocupações. A iupana esteve presente no Finnosummit, no México, e no Fintouch, no Brasil, os maiores eventos dedicados às fintechs da região. Aqui estão alguns destaques:

Fintouch 2023

  • Modernização das autorizações. O Banco Central do Brasil (BC) enviará ao Congresso um projeto de lei para modernizar o processo de autorização de funcionamento de instituições reguladas. “A eficiência começa com a autorização e o BC tem o compromisso de melhorar o processo com a introdução de inovações”, disse Renato Dias de Brito Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e resolução do regulador.
  • Consulta pública para regulamentação cripto. O Banco Central vai convocar a primeira consulta pública relacionada com o marco legal das criptomoedas nos próximos dias, anunciou João André Pereira, chefe do departamento de regulação do sistema financeiro do BC. Para desenvolver a regulamentação, o BC lançará duas consultas públicas, uma agora e outra no início de 2024, esta última acompanhada de uma minuta das regras.
  • Recomendações para fintechs. Ao falar em crédito rotativo e parcelamento sem juros, Gomes destacou que há oportunidade de expansão do Compre Agora, Pague Depois (BNPL) e as fintechs podem fazer a diferença nesse mercado. Segundo ele, a oferta do BNPL poderia integrar descontos por pagamento à vista com boas oportunidades de crédito baseadas no histórico do cliente, por meio de dados de open finance e protegido por garantias, como empréstimos consignados. Ele sustentou que há espaço para alcançar maior eficiência e ganhos de renda.
  • A próxima onda de open finance. A abertura do compartilhamento de dados de crédito terá início no próximo ano, quando serão possíveis ofertas como a portabilidade de crédito. “O crédito é muito importante no Brasil e precisamos de open finance para trazer mais concorrência a este mercado”, disse Matheus Rauber, consultor sênior do departamento de regulação do sistema financeiro do BC. Ele lembrou que open finance é um projeto de médio e longo prazos; e que os benefícios da fase de compartilhamento de dados começam a aparecer. A fase atual é o início da transação de pagamento. Para Cristiane Coutinho, gerente do departamento jurídico do neobanco Neon, as fintechs são as principais responsáveis ​​pelo futuro do open finance, “porque será mais fácil para nós criarmos produtos”.
  • Pix Internacional. Questionado pela iupana sobre se fintechs como a Wise poderiam contribuir com os projetos governamentais de internacionalização do Pix, Yves Berbert, gerente-geral nacional da Wise, destacou que falta ao BCB algo com que as fintechs possam contribuir: “hoje, o banco central não tem essa infraestrutura e nós fazemos. Este é o grande ponto de intersecção. Acho que é um jogo muito interessante para o BC identificar onde está bom, onde pode deixar o mercado implementar e agir para regular depois”.

 

Finnosummit 2023

  • Competição e inclusão financeira. Um dos temas de destaque do evento foi a inclusão financeira, tarefa pendente para o ecossistema. “Melhorar a oferta é uma questão de concorrência. E a solução para o problema de inclusão que temos no país é uma questão de competência”, disse Iván Canales, gerente-geral do Nu no México, durante painel que compartilhou com Myriam Cosío, diretora de relações exteriores da Clip, e Pedro Rivas , gerentegeral do Mercado Pago.
  • Recado aos reguladores. Em relação à concorrência, Cosío destacou que aguardam novas decisões dos reguladores do setor de pagamentos, depois que o órgão antitruste recomendou a tomada de medidas para garantir regras de jogo justas para bancos e fintechs. “A Cofese (Comissão Federal de Concorrência Econômica) finalmente […] ratificou a decisão sobre questões de concorrência na rede de pagamentos no México. Foi determinado que não existem condições de concorrência efetiva, que as câmaras de compensação que operam no México, que são E-Global e Prosa, funcionam realmente como uma rede única e que são participantes dessas redes. E os bancos são os donos das redes”, disse ela.
  • A era das alianças. Embora o evento tenha contado com ampla participação de representantes de fundos de ações, muitos dos presentes observaram que a era das mega rodadas, por enquanto, terminou. Neste contexto, as alianças com bancos e empresas tornam-se relevantes. “Para nós, que nascemos com um propósito social, de inclusão, comprar sofipo ou licenças bancárias não é um caminho viável para o crescimento. Isso seria uma distração. Nascemos com a visão de criar alianças”, disse Rafael Niell, cofundador da Minu, fintech de saúde financeira, que fechou parceria com o Citibanamex para incorporar um produto de adiantamento salarial no aplicativo do banco, que estará disponível para os 5 milhões de clientes consignados da entidade ao fim do ano. “E para o banco é uma forma de agregar uma oferta de valor que não íamos desenvolver, porque não era destinada ao nosso core, de forma mais rápida”, acrescentou Gabriel Maldonado, diretor-gerente de vendas e adoção digital do Citibanamex, em um painel moderado por iupana.
  • Tudo será fintech. Entre os palestrantes e participantes regulatórios do evento, como fintechs em diferentes estágios de desenvolvimento, destacaram-se novos integrantes do ecossistema, como DiDi, empresa de transporte que virou credora; Spin by Oxxo, da engarrafadora Femsa, ou Baz, empresa spin-off digital do Grupo Salinas. São todos novos players na área financeira que conseguiram atrair milhões de usuários em poucos anos. “A DiDi tem uma estratégia muito agressiva em fintech”, disse Claudia Pardo, tesoureira da plataforma.
  • IA para venda e open finance em andamento. “Buscamos garantir que os dados que hoje são alternativos não sejam mais alternativos, em algum momento. Desta forma, poderemos aumentar a bancarização”, disse Federica Gregorini, gerente-geral da Belvo no México. Embora o país aguarde a publicação da regulamentação de open banking, prometida para este ano, de forma privada, percebem-se mais exercícios de integração no ecossistema. Da mesma forma, a inteligência artificial e suas aplicações para gerenciar grandes lagos de dados transacionais foram apresentadas como uma tecnologia muito presente na conversa.

Você pode ler mais detalhes sobre a cobertura aqui. E, na segunda, traremos um relatório exclusivo sobre IA e suas projeções de investimento e uso.

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