O neobanco Nomad, que oferece contas em dólares para brasileiros, acaba de levantar uma das maiores rodadas de capital conseguidas por uma fintech latino-americana em 2023, arrecadando US$ 61 milhões em uma série B. E, embora o depósito tenha gerado otimismo sobre um médio recuperação do mercado, seu presidente, Lucas Vargas, descreveu à iupana uma negociação “desafiadora” e “complexa”.
A injeção de capital, liderada pela Tiger Global, surge numa época difícil para atrair investimentos, especialmente, para empresas – como a Nomad — em fase de crescimento. Na verdade, durante o segundo trimestre do ano, quatro em cada cinco financiamentos foram direcionados para fintechs em fase inicial, de acordo com a CB Insights.
“Certamente foi um processo mais complexo. Ele se iniciou há alguns meses, quando ainda havia mais ceticismo e dúvida sobre perspectivas futuras”, disse Vargas, comparando o financiamento recente à sua experiência na série A, em maio de 2022, quando arrecadaram US$ 32 milhões liderados por Stripes.
“Naturalmente, com o contexto mais desafiador, houve mais escrutínio, avaliação profunda e um processo extenso para deixar investidores confortáveis com a oportunidade futura”, explicou o CEO. A empresa afirmou em comunicado que o investimento marca “o retorno da Tiger ao Brasil e que a Nomad agora tem uma avaliação de mercado de R$ 1,8 bilhão (US$ 365 milhões)”.
A Tiger, uma das maiores empresas globais de capital de risco, abrandou as suas apostas na região, ao mesmo tempo que enveredou pela venda de parte da sua carteira em busca de liquidez com a venda de ativos.
A Nomad, concorrente direta da Wise no Brasil, nasceu oferecendo conta em dólares e cartão de débito de um banco nos Estados Unidos e se expandiu para uma plataforma de investimentos. Com os recursos, a empresa anunciou que continuará explorando produtos, inclusive no ramo de crédito.
Pagamentos transfronteiriços em expansão
Os pagamentos transfronteiriços representam uma oportunidade para as instituições financeiras oferecerem soluções personalizadas aos seus clientes. Executivos do banco Citi e da fornecedora Volante debateram o tema em webinar promovido por iupana. Entender a cadeia de valor e, em especial, o beneficiário, é fundamental para avançar neste mercado.
“Cedo ou tarde, vamos fazer pagamentos instantâneo, assim que exista uma regulamentação mais bem padronizada em termos de sanções, reports e FX”, assinalou Ruddy Castellanos, líder de pagamentos transfronteiriços para América Latina do Citi.