Nesta semana, o Banco Central do Brasil (BCB) apresentou a atualização de seus indicadores de open finance e destacou que já são mais de 800 instituições participantes do sistema (obrigatórias e voluntárias); com uma média de 1 bilhão de chamadas de APIs semanalmente, um crescimento substancial em relação às 200 milhões de chamadas registradas em março de 2022.
“O open finance tende a evoluir como uma nova abordagem para fornecer serviços financeiros, com finanças integradas. Mas o caminho é longo”, disse Jamile Leão, líder de soluções de open finance da consultoria Capgemini no Brasil. O mercado começou a se reorganizar, enfatizou a especialista, buscando oportunidades de monetização e escolhendo entre diferentes abordagens de atuação, tais como fornecedores de produtos e serviços para terceiros ou orquestradores para conectar produtores e distribuidores. Tudo para criar experiências dentro do contexto do cliente, de acordo com as necessidades deles.
Atualmente, o principal desafio está na qualidade dos dados e na forma como são armazenados e classificados. É preciso uma maior padronização para que todos os interessados possam aproveitar melhor os dados compartilhados, enfatizou Leão.
No entanto, de acordo com uma pesquisa da Capgemini, o Brasil não fica para trás na adoção, em comparação com o Reino Unido, que está nesse caminho há cinco anos. O país sul-americano tem o maior número de chamadas de API e maior percentual de adoção entre a população bancarizada. Embora existam mais produtos e serviços oferecidos no Reino Unido (94) do que no Brasil (45), cujos casos de uso são altamente focados em crédito, adaptando conceitos existentes.
O Nubank é a instituição financeira que mais trocou informações entre janeiro e maio, recebendo 46% das ligações, ainda mais do que bancos como o Itaú. Na região, México, Colômbia e Chile seguem os passos na implementação do open finance, embora com velocidades diferentes.