A fintech uruguaia Prex — cujo 30% dos ativos pertencem ao Itaú Unibanco — lançou uma conta remunerada para o mercado argentino, movimento que a coloca em concorrência com outras fintechs da região que têm apresentado instrumentos de investimento para poupadores, como um gancho para atrair clientes.
O produto é fruto de uma parceria com a Allaria, empresa argentina dedicada ao mercado de capitais. Com o lançamento, a Prex se une a empresas como Ualá, Nubank e Mercado Pago que também incorporaram contas com rendimentos em sua oferta, como forma de sintonizar os benefícios com os de bancos tradicionais, ao mesmo tempo em que monetizam suas plataformas.
“Descobrimos que, quando os usuários recarregam essa conta remunerada para gerar rendimento, geralmente, fazem muitas vendas cruzadas com diferentes produtos que temos na plataforma”, disse à iupana Agustín Gallo, diretor-geral de crescimento da Prex, fintech que oferece empréstimos, transferências locais e internacionais e promoções.
Na Argentina, país cuja economia está à mercê da inflação, uma conta remunerada tem desafios particulares. Por isso, Prex e Allaria definem diariamente rendimentos e taxas.
“Você não pode fazer uma taxa in aeternum (para sempre), porque a Argentina é muito volátil. O que estamos vendo nas últimas semanas é que ela sempre sobe, o que é uma boa notícia para nossos clientes, mas pode ser que haja momentos em que baixe. Isso já aconteceu com outros concorrentes, porque é um fundo money market”, alerta Gallo. Esses tipos de fundos são veículos de investimento de baixo risco e alta liquidez.
Com este produto, o Mercado Pago é líder na Argentina e administra recursos de até AR$ 360.000 milhões, cerca de US$ 1,2 bilhão. O Nubank apresentou sua conta remunerada no Brasil e no México. Ualá fez o mesmo na Colômbia e na Argentina e, mais recentemente, no México.
A capacidade de tração das contas remuneradas foi demonstrada pela big tech Apple, que, em abril, apresentou sua conta nos Estados Unidos em aliança com o Goldman Sachs e já alcançou US$ 10 bilhões em depósitos.