A fintech colombiana FinZi lançou um produto de crédito voltado para pessoas trans que desejam financiar procedimentos de redesignação sexual. Trata-se de um exemplo da hiperpersonalização que os produtos financeiros digitais podem alcançar, ao mesmo tempo em que se alinha aos objetivos de inclusão das empresas.
A carteira espera que o crédito “Transformação Livre” faça seu primeiro desembolso antes do fim de 2023. A empresa diz ainda que é um mercado com muito espaço para exploração, pois, geralmente, não é atendido por bancos tradicionais, que, segundo Juan Zavala, CEO e cofundador da FinZi, não estão preparados para entender as particularidades do segmento LGBTIQ+.
“O desafio inicial é que muitas pessoas não têm acesso a este tipo de serviços financeiros através dos bancos tradicionais […], o que leva a problemas maiores como o acesso a clínicas clandestinas”, avalia Zavala, em entrevista ao iupana. “Tem sido uma comunidade muito segregada […], o que os levou a ter trabalhos não regulares, que não têm uma renda comum, fato que limita o acesso ao crédito”, explica.
Em uma modalidade semelhante ao compre agora, pague depois (BNPL, na sigla em inglês), o empréstimo é desembolsado diretamente na clínica que fará a intervenção e é cobrado por meio de parcelas de pagamento que podem ser flexibilizadas.
A pressão que as fintechs estão sentindo devido à queda no financiamento para concessão de crédito as leva a identificar novos nichos de atenção. Segundo dados oficiais, pelo menos 1,6% da população colombiana se identifica como gay, lésbica, bissexual ou trans. No México, pelo menos uma em cada 20 pessoas a partir dos 15 anos se identifica como LGBTI+; e, dessas, 34,8% são transexuais ou transexuais.
Nesse sentido, a FinZi acrescenta que tem uma estratégia de crédito muito estruturada para a Geração Z, fundamentada em uma carteira digital para clientes a partir dos dez anos. “Vimos que novas tecnologias, criptomoedas e investimentos continuam sendo relevantes para o segmento jovem”, conclui Zavala.