O neobanco inglês Revolut iniciou suas operações no Brasil alavancando sua conta global para facilitar transferências entre os mais de 40 países onde possui operações; um nicho onde identificam um espaço para competir com nomes de peso locais, como o Nubank, C6, Avenue, Wise e Nomad.
A fintech também estreia na América Latina com uma oferta de serviços criptográficos, também hospedados na conta.
“Já começamos a fazer o onboarding dos clientes. Estamos enviando milhares de convites todas as semanas daqui a para frente. Priorizamos quem já estava na nossa lista de espera”, frisa Glauber Mota, CEO da Revolut no Brasil, à iupana.
O arranque das operações demorou um pouco mais do que o previsto. Em entrevista a iupana, realizada em junho de 2022, o CEO disse que iriam admitir aplicações em novembro. No entanto, foi nesta semana que o neobanco lançou a sua oferta centrada na simplificação dos pagamentos transfronteiriços, na redução dos custos de envio e numa taxa de câmbio competitiva.
Este é um mercado que não foi atacado diretamente por players como Nubank ou PagBank, mas onde compete com a Wise, que também lançou uma solução de pagamento cross-border com preços atrativos.
“Há muito espaço, principalmente em pessoas físicas, nas transferências internacionais e no posicionamento cambial. São mercados altamente friccionados, com muitas dificuldades”, diz Julián Colombo, analista de fintech e CEO da N5 Now, uma plataforma de tecnologia para a indústria financeira e open finance.
Colombo observa que, embora o mundo esteja interconectado, enviar dinheiro entre países é uma área cara e complicada para o usuário, portanto, a inovação será bem-vinda. Tudo isso em um contexto de nômades digitais e inflação, que faz com que as moedas mais estáveis se tornem um paraíso para a poupança. “Há muito atrito e muitas oportunidades. Claro que o motivo desse atrito também é regulatório, mas é um tipo de regulação menor”, diz.