Boas Fontes: Falência do SVB acelera regulamentação cripto

17 March, 2023

#TopStory 🔝

Quebra do Silicon Valley Bank acelera regulamentação da indústria cripto

A sequência de quebras dos bancos Silvergate, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature atestam um novo golpe para as indústrias de fintech e cripto, o que acelerará as discussões sobre a regulamentação que protege os depósitos dos usuários e melhora a percepção do mercado, em um contexto de inverno cripto que parece para não parar imediatamente.

Embora os reguladores norte-americanos tenham agido rapidamente para conter um contágio global, a queda
de bancos estreitamente ligados ao setor está enfraquecendo — ainda mais — a confiança de investidores, instituições e usuários. Para acalmar a incerteza, espera-se o envolvimento dos reguladores, algo que, embora já estivesse sobre a mesa, ganha um sentido maior de urgência após as falências.

“É possível que enfrentemos novas regulamentações que impliquem desafios de adaptação, a fim de proteger os consumidores de criptoativos, criar diretrizes e canais de comunicação mais próximos com as autoridades financeiras e monetárias”, disse à iupana Alejandro Beltrán, cofundador da exchange cripto buda.com, que está presente no Peru, Chile, Colômbia e
Argentina.

“Isso reforça ainda mais a confiança daquelas pessoas que são atraídas por esses ativos, mas têm medo por falta de conhecimento e intervenção das instituições de controle”, acrescenta.

No entanto, a situação está longe de ser resolvida, de acordo com Ignacio Carballo, diretor de cripto e finanças alternativas da consultoria Americas Market Intelligence (AMI). A indústria financeira de tecnologia está sofrendo com o golpe do sistema financeiro mais amplo, embora Beltrán observe que ainda não se pode assegurar um entorno de bear market. Os recentes aumentos nos preços do bitcoin e do ether apóiam essa afirmação.

“Temos que acrescentar o que está acontecendo com o Credit Suisse e os bancos europeus. Pode ser que a turbulência do sistema financeiro esteja longe de acabar”, antecipa. Na mesma linha do SVB, o banco recebeu um empréstimo de resgate de 51 bilhões de euros do Banco Nacional Suíço, o que está impedindo o colapso da instituição, que teria impacto no sistema mundial.

Bancos latino-americanos protegidos — diretamente — da turbulência

Apesar dos temores, os analistas concordam que os bancos da América Latina não estão diretamente expostos a falências. No entanto, a deterioração da qualidade dos ativos devido ao lento crescimento das economias e ao aumento das taxas de juros mantém os credores da região atentos.

“Poderíamos observar efeitos indiretos, na forma de uma crescente aversão ao risco por parte dos investidores institucionais, o que levaria ao aumento dos custos de captação e à escassez de
financiamento para as instituições financeiras da região. Essas tendências já estavam presentes nos setores bancários latino-americanos, mas os recentes problemas bancários nos Estados Unidos irão amplificá-las”, disse a S&P Global Ratings em uma análise.

Nesse sentido, Beltrán, da exchange buda.com, e Carballo, da AMI, recomendam que as empresas se esforcem na comunicação, para oferecer tranquilidade aos usuários.

“Choques externos resultam em impactos reputacionais que infectam todo um setor, o que torna mais desafiador para nós comunicar constantemente aos nossos usuários eventos, perspectivas, novas regulamentações e melhores práticas de segurança para que o
usuário possa tomar decisões informadas”, diz Beltran.

No início de março, o Silvergate, banco que ganhou fama por ser a ponte entre os bancos tradicionais e a cripto indústria nos Estados Unidos, anunciou sua falência após não conseguir superar o impacto da queda da FTX, com quem tinha uma estreita relação. O mesmo ocorreu com Signature, entidade com foco em criptomoedas. Poucos dias depois, o SVB, conhecido por receber depósitos de startups, sofreu intervenção por um desequilíbrio contábil que levou a um resgate do governo.

Logo no dia
11 de março, a Nu Holdings emitiu comunicado aos seus acionistas e ao mercado afirmando que nem a companhia nem nenhuma de suas subsidiárias têm qualquer exposição ao Silicon Valley Bank.

Na próxima segunda traremos uma análise mais aprofundada sobre as implicações para as fintechs da América Latina da queda do SBV. Fique ligado na nossa cobertura.

#Jogadas Estratégicas 📊

Meta demite 10 mil funcionários e deixa NFTs

Em meio à crise nas indústrias de tecnologia, a Meta anunciou que vai demitir 10 mil funcionários neste ano, marcando uma reorganização que envolve a exclusão de 5 mil vagas e a eliminação de pequenos projetos. Este se torna o segundo maior corte da empresa em menos de seis meses. Eles também informaram que vão eliminar a venda e a possibilidade de compartilhamento de NFTs no Instagram e no Facebook, o que mostra uma mudança de estratégia em relação às tecnologias baseadas em blockchain.

Mercado Livre investirá R$ 19 bilhões no Brasil

O Mercado Livre (NASDAQ:MELI) informou que orçou investimento de R$ 19 bilhões (US$ 3,60 bilhões) no Brasil em 2023. A cifra representa um crescimento de 11,5% em relação a 2022 e reforça a aposta da gigante sul-americana de comércio eletrônico e serviços
financeiros no Brasil. A meta, segundo o vice-presidente sênior de e-commerce no Brasil, Fernando Yunes, disse à Reuters, é atender a mais cidades e aumentar as entregas feitas em um dia, que, hoje, representam cerca de 50% do total. A companhia também fará investimento em logística, aumentando a capacidade com novos centros de distribuição e maior frota de aviões.

Stripe e OpenAI formam aliança para monetizar ChatGPT

A plataforma financeira Stripe estabeleceu uma aliança com a startup de inteligência artificial OpenAI, a fim de aumentar globalmente os pagamentos de seus produtos ChatGPT e
DALLE-E. Da mesma forma, a Stripe está integrando o GPT-4, a nova tecnologia de linguagem natural OpenAI, que reduzirá o tempo de pagamento em 40%.

Nubank vai lançar conta poupança na Colômbia

O Nubank apresentará o Nu Cuenta na Colômbia, um produto de depósito de poupança. Com isso, o neobanco entra na arena da competição com bancos tradicionais ou alternativos como o Lulo Bank ou o Rappipay. Nu
Cuenta também está disponível no Brasil e no México.

Além do mais…

• No México, o processador de pagamentos Paymentology associou-se à fintech Fondeadora para habilitar o Apple Pay.
• Na Colômbia, a fintech chilena Global66 anunciou que lançará um cartão de débito em parceria com a Mastercard e possibilitará um link de pagamento internacional para empreendedores, como parte de seus planos de se tornar um neobanco.

#Investimentos 📈

Clara obtém US$ 90 milhões em linha de crédito

A unicórnio mexicana Clara recebeu uma linha de crédito de até US$ 90 milhões da empresa de investimentos Accial Capital. O financiamento visa a consolidar seus produtos, principalmente, na Colômbia, onde completarão seu primeiro ano de operação.

#iupanaExclusive 🔥

Os bancos mexicanos Invex e Afirme querem conquistar outros segmentos de mercado. Para isso, contam com seus spin-offs Now e Billú, respectivamente, em uma estratégia focada em nichos como metaverso, gaming e emissão de cartões de crédito com modelos alternativos de risco. Conversamos com os dois bancos e eles nos deram detalhes de seus próximos passos:

• Com Billú, a Afirme quer oferecer produtos financeiros para gamers.
• Com o Now, a Invex busca competir na colocação de cartões de
  crédito personalizados.
• Ambos os bancos garantem que ainda há espaço para a concorrência e que com estas marcas podem renovar a sua imagem e estilo de comunicação.

Conheça as estratégias da Now e da Billú para alcançar novos públicos em nossa reportagem exclusiva na iupanaExclusive desta semana.