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The future of finance in LatAm & the Caribbean

O futuro das finanças na América Latina e no Caribe

[2024] Estes são os sistemas de pagamentos imediatos da América Latina

mar 25, 2024

Por Antony Pinedo

Atualização 2024. Equador, Chile e Colômbia caminham para a criação de redes de pagamentos imediatos na região. Enquanto isso, SPEI, no México; Pix, no Brasil; Transferências 3.0, na Argentina, e Sinpe, na Costa Rica, crescem em utilização e abrem a possibilidade de criação de novos produtos

 

Agilizar a liquidação de pagamentos é um objetivo comum dos bancos centrais da região. Para tal, promoveram esforços tecnológicos e regulamentares para agilizar as operações nos seus ecossistemas locais.

Bancos e fintechs com visão regional são obrigados a conhecer esses sistemas de pagamentos instantâneos, para desenvolverem modelos de negócios sustentáveis ​​em conformidade com os reguladores. Isto em um momento em que outras jurisdições como Equador, Chile e Colômbia também trabalham no desenvolvimento das suas plataformas.

Além disso, em 2024, as transferências conta a conta (A2A, na sigla em inglês) fazem parte das três tendências em pagamentos digitais. Por isso, apresentamos a seguir uma lista com as características dos principais sistemas de pagamentos eletrônicos instantâneos nos países da América Latina.

 

🇲🇽 1. México: SPEI – CoDi

Os números publicados pelo Banco do México (Banxico) mostram um Sistema de Pagamento Eletrônico Interbancário (SPEI) com adoção crescente. Entre maio de 2021 e maio de 2023, o número de operações cresceu 112% e os movimentos mais recorrentes são aqueles inferiores a 400 pesos mexicanos (aproximadamente US$ 25).

O SPEI iniciou suas atividades em agosto de 2004 e inclui entre seus atores bancos, sociedades de financiamento popular (sofipo) e fintechs autorizadas. Atualmente, está passando por uma série de reformas para evoluir e dar lugar ao SPEI 2.0, flexibilizando os limites para que as entidades não bancárias possam participar, um desenvolvimento que a iupanaPro está relatando detalhadamente.

“No México, o SPEI funciona muito bem”, disse, em agosto de 2022 à iupana, Alejandro Pineda, CEO da Openpay, o agregador de pagamentos do grupo BBVA na América Latina. “Através do SPEI, o dinheiro é recebido na conta Openpay, que, então, faz a conciliação e a liquidação aos seus clientes agregados”, descreveu sobre o processo imediato do sistema.

Na última atualização publicada pelo regulador, só em agosto de 2023, o SPEI realizou pouco mais de 300 milhões de operações, interoperáveis ​​e gratuitas.

Da mesma forma, o país conta com o CoDi, um sistema de pagamento móvel que utiliza ferramentas como códigos QR, tecnologia NFC ou links de pagamento para agilizar as transações, na tentativa de reduzir a circulação de dinheiro. Foi apresentado em setembro de 2019 e montado sobre os trilhos do SPEI.

Até março deste ano, foram registradas pouco mais de 19,3 milhões de contas válidas que podem usar o CoDi, mas quase 3 milhões de contas pagaram ou cobraram pelo menos uma vez por meio deste sistema.

O seu baixo nível de adoção está, muitas vezes, relacionado à uma experiência de utilização (UX, na sigla em inglês) pouco intuitiva e com o fato de, em princípio, a sua integração nos canais digitais das entidades não ser obrigatória, algo que posteriormente mudou.

“A integração não foi difícil, porque não era uma estrada paralela; eram simplesmente protocolos no front para gerar os códigos QR. Mas, uma vez montada a transação, ela passa pelo SPEI”, diz Pineda, quando questionado sobre os desafios tecnológicos para adicionar CoDi às soluções dos bancos.

O progresso do CoDi tem sido bastante desigual, em comparação com outras plataformas semelhantes. O Pix, no Brasil, atingiu 55% da população em maio de 2022, enquanto o CoDi era usado por apenas 8% dos mexicanos, segundo a Latinometrics.

 

🇧🇷 2. Brasil: Pix

O Pix é o sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central (BCB). Tornou-se o modelo a ser seguido pelos reguladores financeiros da América Latina.

Em um país de 214 milhões de habitantes, pelo menos 151,6 milhões já fizeram Pix uma vez, segundo dados do BCB de fevereiro deste ano, o que representa um aumento de mais de 11% em relação ao mês anterior.

A rapidez, disponibilidade, comodidade e segurança impulsionaram a adoção do Pix, bem como a promoção pelo regulador local. Foi gerado um ecossistema em torno do Pix, incluindo Pix Saque e Pix Troco. O primeiro permite sacar dinheiro nas lojas e o segundo permite receber dinheiro pelo pagamento a mais de uma compra.

Em dezembro de 2023, foram publicadas as regras do Pix Automático, solução para agendamento de débitos recorrentes, e anunciado que a funcionalidade entrará em operação em outubro deste ano.

Além disso, a implantação de open finance no Brasil promoveu o surgimento de instituições iniciadoras de pagamentos com Pix, uma nova figura regulamentada que permite às entidades originar e processar informações de pagamento dos usuários.

Isso abre a possibilidade de criação e ajuste de outros produtos financeiros (como créditos) de acordo com a capacidade de pagamento dos usuários. Bancos, como o Bradesco, e grandes fintechs, como Mercado Pago e Magalu, optaram por esse caminho.

“Estamos lançando nossa primeira iniciativa de open finance como iniciador de pagamentos Pix em Kabum!”, disse Leandro Hespanhol, diretor-comercial e de novos negócios da fintech Magalu, em junho de 2022.

Na ocasião, o gestor contou à iupana sobre os planos da empresa de alavancar sua instituição de pagamentos para prestar serviços a outras instituições do país.

Por sua vez, o diretor do BCB, Roberto Campos Neto, também afirmou, em março de 2022, que existia uma possibilidade real de o Pix ajudar no desenvolvimento das moedas digitais e na exploração do metaverso.

Já, no fim do ano passado, Campos Neto anunciou que os protocolos Pix serão abertos para que qualquer regulador possa adaptar o sistema gratuitamente. A iniciativa fez a equipe iupana pensar na possibilidade de um sistema de pagamentos instantâneos em nível regional.

 

🇦🇷 3. Argentina: Transferências 3.0

Promovido pelo Banco Central da República Argentina (BCRA), o Transferências 3.0 é um sistema de pagamentos aberto e universal que, por meio da interoperabilidade de códigos QR, visa a facilitar as transações entre os atores do ecossistema financeiro.

Os bancos e as carteiras eletrônicas do país participam e permitem que contas bancárias (CBU) e fintechs (CVU) realizem operações entre si, apenas por meio da leitura de códigos QR.

Uma exigência liderada pela união bancária foi que a iniciativa de pagamento QR interoperável se estendesse aos cartões de crédito, uma vez que algumas carteiras só permitem pagamentos com os seus próprios métodos de pagamento.

O Banco Central da República Argentina adiou em duas ocasiões a entrada em vigor da interoperabilidade de QRs para cobrança com cartão de crédito. A última data de início estava prevista para 1º de fevereiro deste ano, mas o regulador não se pronunciou até o momento.

O Transferências 3.0 entrou em operação a partir de 29 de novembro de 2021 e, dois meses depois, o BCRA notificou que mais de dois milhões de transações interoperáveis ​haviam sido realizadas pelo sistema.

Dias antes do início da interoperabilidade QR, iupana conversou com o Mercado Pago que alertou que a implantação do sistema era um desafio tecnológico e de UX. Se não fosse oferecida uma boa experiência, as pessoas continuariam a preferir o dinheiro, disse, à época, Agustín Onagoity, diretor da carteira digital.

Pierpaolo Barbieri, fundador e CEO do unicórnio Ualá, garantiu em sua conta X (antigo Twitter) que existem empresas que não se enquadram na norma. “O regulamento exige interoperabilidade QR. No entanto, alguns usam integrações para evitá-la. Para forçar você a usar o aplicativo deles — e não o que você escolher”, escreveu ele,em novembro de 2022, quando anexou uma foto onde uma empresa de estacionamento exigia fazer a transação com a carteira do Mercado Pago.

 

🇧🇴 4. Bolívia: QR BCB

Em iniciativa semelhante, o Banco Central da Bolívia lançou, há menos de dois meses, o QR BCB, um sistema interoperável de pagamentos imediatos, que busca agilizar as transações por meio da leitura de códigos QR.

O emissor garantiu que a iniciativa inclui entidades financeiras bancárias e não bancárias. No entanto, existem algumas barreiras regulatórias que impedem que o ecossistema financeiro digital boliviano esteja mais aberto a novos players e à modernização, algo que explicamos detalhadamente em iupanaPRO.

A implementação começou em 2022 “gradualmente em todas as entidades financeiras, à medida que adaptam os seus sistemas para disponibilizar este serviço aos seus clientes”, afirmou o banco central em comunicado. Espera-se que até 2024 o sistema esteja totalmente desenvolvido.

 

🇸🇻 5. El Salvador: Transfer365

O Banco Central de Reserva de El Salvador lançou o sistema Transfer365 em junho de 2021 para efetuar pagamentos interbancários instantâneos, através de uma câmara de compensação automatizada.

Participam do sistema bancos comerciais, sociedades de poupança e crédito, bem como outras instituições autorizadas. Em junho de 2022, o sistema evoluiu para o Transfer365 Mobile, que possibilitou a possibilidade de efetuar pagamentos instantâneos por meio do número do celular associado à conta bancária.

Este sistema de pagamentos está crescendo em adoção, pois, somente em janeiro e fevereiro deste ano, operou mais de US$ 3,671 bilhões, mais de 50% alcançados no primeiro ano de operações.

 

🇨🇴 6. Colômbia: Sistema de Pagamentos Imediatos (SPI) e QR interoperável

A Colômbia está avançando em seu sistema interoperável de pagamentos imediatos. Recentemente, o Banco da República da Colômbia (BRC) selecionou seu fornecedor de tecnologia para a operação 24 horas por dia, sete dias por semana da futura rede de pagamentos.

O BRC estabeleceu um cronograma de implementação em cinco etapas e espera que esteja operacional em 2026.

No início de 2023, a Superintendência Financeira da Colômbia (SFC) lançou as bases para tornar interoperáveis ​​carteiras eletrônicas e aplicativos bancários, por meio de códigos QR. Para tanto, o SFC apresentou um projeto para modificar as instruções de implementação do código nas operações. O objetivo é que todas as entidades partilhem o mesmo padrão de códigos de pagamento, o que lhes permitirá comunicar entre si.

Esta medida entrou em vigor em agosto de 2023 e mais atores aderiram gradualmente.

 

🇵🇪 7. Peru: interoperabilidade da carteira

O Peru estabeleceu a interoperabilidade entre todos os atores no seu ecossistema financeiro digital. A obrigação começou com as carteiras eletrônicas mais populares, Yape e Plin. A primeira do grupo Credicorp e a segunda decorrente de uma aliança entre os bancos Interbank, Scotiabank e BBVA. Desde setembro, todos os bancos, poupança e fintechs autorizadas pelo regulador aderiram a esta rede.

 

🇨🇱 8. Chile: Rumo a pagamentos imediatos de baixo valor

Alberto Naudón, assessor do Banco Central do Chile, disse à iupanaPro que a instituição está dando os primeiros passos para estabelecer um sistema de pagamentos imediatos no sul do país.

O ponto de partida é a criação de câmaras de compensação de baixo valor, algo já aprovado a nível legislativo.

“Essa é a razão de avançarmos para as câmeras: formalizar a transferência e conectá-las de forma mais clara ao nosso sistema de pagamento no atacado”, disse o conselheiro no início do ano.

Além disso, o regulador atualizou o regulamento de operação dos meios de pagamento, o que abre caminho para um ecossistema interoperável.

 

🇵🇦 9. Panamá: do vale digital à carteira 2.0

O Panamá também está trabalhando no estabelecimento de um sistema aberto de pagamentos instantâneos. A lei que dará as bases à plataforma está em discussão avançada no Parlamento.

Em 2021, o país centro-americano desenvolveu uma plataforma de distribuição de pagamentos eletrônicos para alocar subsídios governamentais, como forma de aliviar os efeitos da pandemia. Os beneficiários do Vale Digital acessam o programa por meio de onboarding digital no portal oficial. Ao fazer compras, as empresas afiliadas escaneiam um código de barras ou código QR localizado na carteira de identidade do usuário, debitando automaticamente os saldos.

O plano das autoridades é escalar este sistema de dispersão de pagamentos para permitir o acesso a outras entidades públicas e privadas que trocam transações e dados de utilizadores.

 

🇨🇷 10. Costa Rica: Sistema Nacional de Pagamento Eletrônico (Sinpe)

Criado em 1996, o Sinpe vem evoluindo e hoje é o sistema de pagamentos em tempo real do país centro-americano.

O banco central evoluiu o sistema para o Sinpe Móvil em 2015 para que o dinheiro possa ser enviado com o número de telefone associado a uma conta bancária e, em 2022, habilitou o sistema de pagamento para transportes públicos.

 

🇪🇨 11. Equador inicia consulta pública sobre interoperabilidade de pagamentos

Os reguladores equatorianos abriram consulta pública sobre o padrão de interoperabilidade para pagamentos de baixo valor. Nesta fase, todos os intervenientes interessados ​​podem participar na constituição da proposta.

A consulta estará aberta até 14 de abril.

 

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