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Os novos unicórnios fintech na América Latina de 2022 (até agora)

nov 14, 2022

Por Antony Pinedo

Oito fintechs latino-americanas alcançaram o status de unicórnio até 2022, mas as perspectivas econômicas globais esfriam as chances de mais fintechs atingirem uma avaliação de mais de US$ 1 bilhão

 

A retração nos investimentos e os ajustes nas avaliações tornaram o nascimento dos unicórnios das fintechs um evento cada vez mais difícil de alcançar na América Latina.

No ano passado, 18 startups ultrapassaram o valor de US$ 1 bilhão e metade de las era fintechs, segundo o LABS. Neste ano, oito fintechs se tornaram unicórnios e apenas duas delas atingiram essa valorização até o segundo semestre, o que mostra um endurecimento do mercado, segundo dados da iupana.

Isso — aliado à ausência de megarrodadas de investimentos — reduz a expectativa de novos unicórnios no pouco que resta de 2022. E, ante dados econômicos pessimistas, as perspectivas não são as mais animadoras para os próximos meses.

“Ano que vem vai ser muito difícil. Acho que não veremos muitos mais unicórnios sendo criados”, analisa Jonathan Whittle, cofundador e sócio-gerente da Quona Capital, em entrevista à iupana. "Isto não é necessariamente uma coisa ruim. Acho que, provavelmente, as boas empresas vão se financiar com o que precisam”, completa.

O executivo garante que as supervalorizações soam bem na imprensa. Mas, fora isso, se uma fintech criar valor real para os usuários, os fundos de investimento sempre a verão como uma oportunidade.

Whittle também comenta que, no ano passado, muitas empresas arrecadaram mais do que realmente precisavam, mas, neste ano, os orçamentos estão se ajustando à realidade. "As avaliações são mais pé no chão", sustenta.

A Quona Capital acaba de fechar um fundo de US$ 332 milhões, dos quais cerca de US$ 115 milhões serão investidos em novas fintechs da América Latina nos próximos meses. O executivo anunciou que preferirá apostar em negócios que consideram integrar o ecossistema de embedded fianance, em vez de verticais mais maduras, como neobancos ou carteiras.

"Good companies vão conseguir financiamento. Unicórnios? Acho que não veremos muitos, simplesmente, porque estamos em uma situação complexa de mercado difícil e duvido que isso mude no próximo ano”, sentencia Whittle.

Para você acompanhar de perto a evolução dos novos unicórnios da América Latina, compilamos uma lista cronológica com as fintechs que foram avaliadas acima de US$ 1 bilhão até agora em 2022.

Você pode gostar: Maiores rodadas de investimento em fintech do primeiro semestre de 2022

 

1. Betterfly - Chile

A insurtech chilena Betterfly se tornou um unicórnio em fevereiro deste ano depois de levantar uma série C de US$ 125 milhões liderada por Glade Brook Capital.

Anteriormente, suas rodadas A e B foram de US$ 17,5 milhões e US$ 60 milhões, respectivamente.

A empresa, que foi fundada em 2018 pelos irmãos Cristóbal e Eduardo della Magiora, tem a QED Investors entre seus principais investidores. Neste ano, a Betterfly anunciou sua expansão para a Espanha.

2. Neon – Brasil

O neobanco brasileiro Neon ultrapassou a avaliação de US$ 1 bilhão depois que o BBVA investiu US$ 300 milhões na empresa em fevereiro. O financiamento corresponde à série D.

Este ano, a Neon continuou a expandir seu ecossistema de produtos. Entrou no mercado de seguros e adquiriu a financeira Biorc para obter licença para operar empréstimos no Brasil. A empresa General Atlantic também investiu na empresa.

No final de 2021, o neobanco registrou um total de 15 milhões de clientes.

3. Habi - Colômbia

A proptech colombiana Habi levantou a série C em maio por US$ 200 milhões, em rodada liderada pela Homebrew e Softbank. Essa injeção de capital a transformou em um unicórnio.

Há alguns meses, a proptech lançou seu braço fintech Habi Credit, com o objetivo de facilitar o acesso a empréstimos hipotecários para quem compra imóveis em sua plataforma.

Desde sua fundação em 2020, a Habi arrecadou um total de US$ 315 milhões. Em junho, negociou uma linha de crédito de US$ 75 milhões para continuar promovendo seu crescimento na Colômbia e no México.

4. Dock – Brasil

A Dock, empresa que desenvolve tecnologia financeira para bancos e fintechs, superou a valorização de unicórnio em maio, após levantar US$ 110 milhões em uma rodada liderada por Lightrock e Silver Lake Waterman.

Avaliada em US$ 1,5 bilhão, a Dock anunciou que os recursos seriam direcionados para o desenvolvimento de novos produtos e para a concretização de planos de expansão regional, porém, o panorama mudou após cinco meses.

Na semana passada, soube-se que a empresa demitiu 12% dos membros de sua equipe, 160 no Brasil e 30 pessoas no México por não cumprir as metas.

5. Nowports - México

A Nowports também alcançou uma avaliação de US$ 1,1 bilhão em maio. Dedicada a soluções digitais para transporte internacional de cargas, a empresa fechou rodadas das séries B e C por US$ 60 milhões e US$ 150 milhões, respectivamente, em seis meses.

O último financiamento foi liderado por Softbank e também participaram Tiger Global, Foundation Capital, entre outros.

A Nowports contou à iupana seus planos de oferecer soluções de crédito a seus clientes, além de criar um fundo de capital de risco para a região.

6. Kushki – Equador

Este ano, a fintech de pagamentos Kushki, do Equador, estendeu sua rodada da série B em junho por US$ 100 milhões, elevando o financiamento para um total de US$ 186 milhões. Esse ingresso de capital fez deles o primeiro unicórnio de seu país.

A empresa foi fundada em 2017 por Aron Schwarzkopf e Sebastián Castro e, entre seus investidores, destacam-se as firmas Kaszek Ventures e Softbank.

Neste ano, a empresa entrou no mercado peruano para competir no processamento de pagamentos.

7. Stori - México

A Stori, fintech de cartão de crédito do México, captou US$ 150 milhões em julho e alcançou uma avaliação de US$ 1,2 bilhão. O financiamento correspondeu a uma rodada C-2 de capital de US$ 50 milhões e uma linha de crédito de US$ 100 milhões da firma Davidson Kempner.

A fintech foi fundada em 2018 por Marlene Garayzar e Bin Chen; e tem como proposta oferecer cartões de crédito para mexicanos sem histórico de crédito, mercado em que concorre com outro gigante, o Nubank.

Atrás da Stori, destacam-se as empresas de investimento Lightspeed Venture Partners e General Catalyst.

8. Yaydoo México – Paystand Estados Unidos

A fusão das fintechs de pagamento Yaydoo, do México, e Paystand, dos Estados Unidos, elevou a avaliação conjunta acima de US$ 1 bilhão. A operação foi realizada em agosto.

No entanto, os gestores garantiram que as empresas continuarão operando de forma independente. Há algumas semanas, a Yaydoo adquiriu a Oyster, uma plataforma digital mexicana que, recentemente, voltou seu modelo de negócios para soluções de pagamento para PMEs.

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