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Bolsa de Valores. Compras. Internacionalização: O caminho da Covalto para crescer na briga entre fintechs.

ago 29, 2022

Por Antony Pinedo

David Poritz, co-CEO da Covalto do México, detalha os próximos da fintech focada em PMEs, e anuncia a intenção de continuar comprando negócios com vistas à expansão regional em 2023.

 

A plataforma financeira digital mexicana Covalto vai trilhar um caminho de aquisições e entrada em outros países da América Latina, depois de concluir sua estreia em Nasdaq, prevista para o próximo ano.

Faz parte de seu plano de se tornar um competidor regional no setor de serviços às PMEs. Uma estratégia que incluiu a expansão de sua oferta por meio da compra de um banco no México, o que lhes permite captar a poupança do público e colocar empréstimos.

É também uma oportunidade de dissecar os passos de uma fintech latino-americana para ganhar escala em uma indústria cada vez mais competitiva, onde os grandes jogadores estão ficando cada vez maiores e prontos “para comer” os pequenos.

A plataforma (antiga Credijusto) comunicou este mês seus planos de abertura de capital por meio de uma parceria com a LIV Capital Acquisition Corp (LIVB), a SPAC (empresa de aquisição de propósito especial) cotada nasdaq da LIV Capital, um fundo de private equity sediado na Cidade do México.

O acordo aceleraria seus planos de se tornar pública no primeiro trimestre de 2023. Isto faria deles a primeira fintech mexicana a ser listada em Nova York, se ganharem o endosso da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e da Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários (CNBV) no México.

“Isso nos dá a oportunidade de dar mais credibilidade ao nosso negócio, por duas coisas: ter acesso a uma nova base de investidores, que são investidores públicos. E, também, ter ações públicas ajuda muito em M&A (fusões e aquisições). Pode facilitar o processo de conversar com empresas e alvos potenciais”, diz David Poritz, cofundador e coCEO da Covalto, em uma entrevista com a iupana.

Em junho de 2021, Credijusto comprou o Banco Finterra em um negócio que foi aprovado pelo regulador em maio deste ano. Esta é uma tendência que continuará a crescer, dizem os especialistas, também seguindo os passos do Nubank e Ualá, que compraram instituições financeiras para expandir sua licença de operação.

Poritz acrescenta que para compras futuras eles levarão em conta dois pilares: que são empresas que oferecem serviços financeiros a pequenas e médias empresas (seu público principal); e que ajudam a expansão geográfica da Covalto. “Hoje estamos 100% concentrados no México, mas oportunisticamente estamos sempre explorando diferentes oportunidades.

Ele acrescenta que “a razão em si mesma para ser uma empresa pública não é para se expandir para outros países, mas obviamente facilitará essa possibilidade”.

A Covalto, que está avaliada em cerca de US$ 547 milhões, espera que o preço médio das ações permaneça estável em torno de US$ 10 para sua estréia na bolsa de valores. Como parte da transação, também concordou com cerca de US$ 60 milhões em investimentos, metade dos acionistas da LIV Capital e outros US$ 30 milhões de outros investidores, disse ele.

 

Benefícios de uma SPAC

Embora o panorama econômico global tenha levado a fintechs como Ebanx a adiar seus planos de abertura de capital, Poritz diz que a Covalto encontrou uma janela de oportunidade graças ao feedback positivo de vários investidores.

“O benefício de um SPAC é que há muita certeza em termos de preços e há segurança no acesso ao capital, porque nestes mercados [os Estados Unidos] é um veículo muito bom”, diz ele.

Para Poritz, o anúncio de IPO é uma evolução natural do negócio. “Tornar-se público não é um fim, tornar-se público é um evento em um processo de crescimento contínuo da empresa”, explicou.

As SPACs são empresas listadas em bolsas de valores que visam comprar uma empresa e assim acelerar sua oferta pública inicial (IPO).

O uso deste veículo cresceu quase 150% entre 2020 e 2021, atingindo um pico de 613 IPOs nos Estados Unidos. No entanto, apenas 70 negócios foram registrados este ano, de acordo com o Statista.

 

Covalto aposta em finanças incorporadas 

A empresa espera alcançar receitas de US$ 64,5 milhões até o fim de 2022, um aumento de 60% em relação aos resultados preliminares de 2021 de US$ 39,9 milhões.

Também, até agora em 2022, mais de 20% da criação da Covalto foi feita por meio de canais de financiamento embutidos, uma vertical que o banco planeja impulsionar nos próximos meses.

“Eu acho que é uma tendência muito importante ter um parceiro, como um parceiro comercial, onde você pode trocar informações e dados sobre clientes para fazer análises de crédito, ajuda muito nesse processo. E os custos de originação são obviamente mais baixos”, diz Poritz.

A Covalto fez uma parceria com Uber Eats, Oracle e Microsoft para oferecer financiamento a restaurantes ou empresas mexicanas que utilizam estas plataformas.

“Minha tese é que as instituições financeiras e as fintechs vão se concentrar cada vez mais no financiamento embutido como estratégia, um canal de originação”, conclui ele.

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