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SoftBank vê fintechs latino-americanas enfrentando o desafio global da alta de juros ​

fev 14, 2022

Por John Quigley
Softbank

Taxas de juros mais altas não devem prejudicar o forte potencial de crescimento do setor, mas podem desencadear alguma consolidação do setor, diz o peso pesado de investimentos SoftBank.

A perspectiva de um aumento acentuado das taxas de juros globais neste ano será uma dor de cabeça para muitas empresas, mas não prejudicará a trajetória de crescimento do setor fintech, dado seus fortes fundamentos, de acordo com o SoftBank Latin America Fund (SBLA).

À medida que o Federal Reserve começa a elevar as taxas de juros nos próximos meses, as empresas fintech da região não devem enfrentar dificuldades em acessar dinheiro para financiar sua expansão, disse Felipe Fujiwara, líder de investimentos para o setor na empresa de capital de risco com sede em Miami. As fintechs estão operando em um mercado de serviços financeiros onde há muito espaço para novos players com ideias inovadoras para interromper o status quo, disse ele à iupana.

“O fato de estarmos longe de um teto para o potencial de mercado fornece espaço suficiente para que as empresas continuem a crescer a taxas aceleradas, mesmo com um cenário macro desafiador”, disse Fujiwara.

O venture capital está entrando no setor em resposta à crescente demanda de startups, que testam novos modelos de negócios e empresas mais estabelecidas, em uma região que está começando a dar grandes passos na inovação em inclusão financeira. O investimento em fintech na América Latina superou o resto do mundo no ano passado, subindo 269%, para US$ 13 bilhões, segundo dados da CB Insights.

A SBLA, que faz parte do Softbank Group Corp., com sede em Tóquio, está entre os investidores de peso da região, tendo alocado US$ 5 bilhões para seu primeiro fundo de investimento em tecnologia latino-americano dedicado em 2019. Isso foi seguido por um segundo fundo de US$ 3 bilhões em setembro de 2021.

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Aumento dos custos para fintechs de crédito

Enquanto o capital deve continuar fluindo para o setor em 2022, os investidores estarão de olho na rapidez com que o Federal Reserve eleva as taxas e remove a liquidez excessiva do mercado monetário em resposta ao aumento da inflação no último ano.

A navegação na alocação de carteiras à medida que o Fed aumentar sua taxa-chave em até 1,25 pontos porcentual este ano será repleta de dificuldades, disse o executivo da Blackrock Rick Rieder em nota no site da gigante de gestão de ativos no início deste mês.

O complexo cenário macroeconômico, com muitos bancos centrais latino-americanos já elevando os custos de empréstimos para combater a inflação, apesar do fraco crescimento econômico, afetará as fintechs em várias frentes, mas aqueles que oferecem crédito serão os mais atingidos por taxas mais altas. Será difícil que o aumento do custo dos fundos seja totalmente repassado aos clientes, disse Fujiwara.

Ao mesmo tempo, algumas fintechs menores podem ter dificuldades para expandir se não tiverem acesso a fundos, pois a liquidez excedente é absorvida do mercado de capitais. Vender o negócio para um rival maior será uma opção.

A atividade de fusões e aquisições já estava aquecendo em 2021, com empresas como Nubank e Creditas comprando concorrentes menores para expandir e diversificar seus mercados.

“As fintechs atraíram muito capital dos investidores no último ano, mas nem todas. elaes têm o potencial de se tornarem grandes empresas. No futuro, haverá oportunidades para grandes fintechs bem capitalizadas consolidarem o mercado, aproveitando um ambiente com menos liquidez”, disse Fujiwara.

Além do cenário macro, os investidores também terão que lidar com a instabilidade política em meio às eleições presidenciais no Brasil, a maior economia da região.

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Empresas que chamam a atenção do SoftBank

Fujiwara, que também é co-chefe do escritório da empresa no Brasil, conhece o setor por dentro, tendo anteriormente co-fundado a Monet, uma fintech de crédito com sede em São Paulo. Isso foi antes de entrar no mundo do private equity, trabalhando na 30 Knots Capital, e, eventualmente, se mudar para capital de risco com o SoftBank, de acordo com o site da SBLA.

O portfólio da empresa inclui muitos dos maiores nomes de tecnologia da região, como Bitso, Clip, Creditas, Kavak, Konfio, Rappi e Ualá.

Fujiwara disse que a SBLA vê favoravelmente empresas que fornecem infraestrutura para serviços financeiros, como o Pismo do Brasil e as plataformas de pagamento Kushki do Equador, que têm uma vantagem tecnológica significativa. A SBLA investiu nas rodadas da Série B das empresas no ano passado.

“Eles tendem a ser pegajosos com altos custos cambiais e muito defensáveis, eles têm margens altas e receita recorrente”, disse ele.

A SBLA também gosta de modelos de negócios com canais robustos, como a carteira digital Uala argentina e a plataforma de gestão de negócios na  nuvem Omie, que oferecem vantagens em termos de custos de aquisição de clientes, disse Fujiwara. “Essas empresas podem rentabilizar seus clientes em vários produtos durante um longo período de tempo” fornecendo “alto valor de vida”, acrescentou.

Como os maiores mercados fintech da região, Brasil e México recebem a maior parte da alocação de capital da SBLA. Além de fortes fundamentos políticos e financeiros, o ambiente regulatório dos países também é uma consideração importante, disse Fujiwara.

“Especialmente para a fintech, uma indústria altamente regulamentada, é importante manter a disciplina e investir em países com uma boa perspectiva regulatória e estabilidade.

No Brasil e no México, acreditamos que temos um grau de controles adequados que garantem que a instabilidade seja contida entre certas bandas e a probabilidade de mudanças radicais ou extremas diminua ao longo do tempo”, disse.

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