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Open banking no México: HSBC vê desafios mais de escala que de tecnologia

jan 24, 2022

Por Fabiola Seminario
Open banking no México: HSBC vê desafios mais de escala que de tecnologia

Para o HSBC, o open banking ainda passa por um período de maturação global. No México, há muito a ser visto enquanto se aguardam as regras para a abertura dos dados financeiros.

A segurança e a falta de usos benéficos para bancos e usuários limitarão a implantação do open banking no México, diz Juan Carlos Espinosa, responsável por de banco digital e inovação do HSBC naquele país.

A promessa do open banking para aumentar a inclusão, a concorrência e a inovação no setor financeiro ainda não se tornou “tangível”, acrescenta Espinosa. Ele antecipa que o HSBC está preparado para abordar o esquema pelo lado tecnológico, mas que está esperando por modelos de negócios atraentes que motivem os clientes a abrir seus dados ao ecossistema financeiro.

“Ainda não vi a tangibilização do valor do open banking para os usuários, onde realmente explodiu e tem sido uma diferença na migração de usuários entre entidades ou entre entidades financeiras e fintech”, compartilhou o executivo com a iupana, referindo-se ao estágio de open finance em regiões onde o protocolo vem avançando há algum tempo, como a Europa.

Junto com o Brasil, o México liderou a implantação do open finance na América Latina. No entanto, o regulador do país ainda não publicou as disposições secundárias que regularão sua efetiva aplicação.

A mídia local divulgou uma minuta do regulamento que obrigará os bancos a compartilhar os dados de seus poupadores, desde que eles autorizem. De acordo com o documento, as disposições também devem acelerar a escala das big techs no país, que aproveitariam a portabilidade financeira para atrair clientes.

Nesse contexto, o modelo ainda não amadureceu.

“Ao contrário do Pix ou do CoDi, ainda não o vejo [o open banking] como uma história de sucesso relevante”, diz Espinosa.

“Os pagamentos têm sido relevantes e mostraram que podem reduzir o uso de dinheiro, aumentar o uso de pagamentos eletrônicos de todos os tipos de pessoa para pessoa, com códigos QR, com APIs de pagamento. Lá você vê um pouco mais de tangibilidade, mas não necessariamente no consumo e exposição de dados”, diz.

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Segurança em open banking

Além disso, outro desafio que open banking pode experimentar no México para escalar será a “dicotomia” de entregar dados a terceiros em ambiente no qual a fraude digital é generosamente advertida.

O México ocupa o segundo lugar com mais ciberataques entre as 10 principais ameaças detectadas na América Latina e no Caribe, segundo a Secretaria de Segurança Cidadã do país.

Para enfrentá-lo, será necessário que a aplicação da tecnologia evolua para o consentimento, gestão, conformidade e proteção de dados, desafio que deve ser superado para acelerar a adoção.

“Haverá também um importante trabalho de comunicação das instituições financeiras, sindicatos e, mais amplamente, em todos participantes do ecossistema para dar aos usuários transparência e segurança sobre o que eles podem fazer, qual é sua responsabilidade, mas também o que eles podem fazer são suas vantagens”, alerta.

Assim que as regras secundárias relativas à abertura de dados transacionais forem publicadas, o banco diz que também enfrentará o desafio de proteger seus próprios dados frente a terceiros.

“Será uma competição agressiva, mas, ao mesmo tempo, também será de proteção. Na medida em que você tem mais clientes e mais dados, você tem mais para expor para outros consumirem”, disse Espinosa.

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HSBC: Estratégia de open banking para o México

O consumo de informações do usuário confere às instituições financeiras uma vantagem no desenvolvimento de propostas de valor diferenciadas e na aquisição de clientes. No entanto, também levará a um ambiente altamente competitivo.

Para enfrentar o cenário, o quinto maior banco do país vai apostar no reaproveitamento do estoque tecnológico, infraestruturas e arquiteturas que tem utilizado em outros países onde o modelo de open banking já foi implementado, como Reino Unido e Hong Kong, entre outras.

No México, a entidade adaptará sua tecnologia às regras locais.

“Ao contrário de entidades menores, onde o investimento para open banking é muito caro e preferem usar um facilitador, como hubs e APIs, preferimos fazê-lo, porque temos escala para reutilizar o que já fizemos: a infraestrutura e a central arquitetura”, explica.

Embora o modelo de open banking no México tenha tido um processo de implementação lento (esperam-se regras secundárias a partir de 2018, após a promulgação da Lei Fintech), o banco está se preparando para a implementação de tecnologia e o desenvolvimento de produtos para as próximas etapas.

Em suma, para o HSBC as oportunidades estariam voltadas para a conquista de novos clientes, melhorando e complementando a análise de risco de crédito e melhorando todos os canais de atendimento -especialmente o digital-.

“Uma vez que temos os casos de uso de como usar as informações, como limpá-las, como apresentá-las, como conectá-las a um caso de negócios, é aí que pode haver colaboração com uma fintech que ajuda você a ser melhor.”

“No dia em que houver APIs de pagamento, por exemplo, iniciação de pagamento, também poderá haver colaboração, porque essas iniciações de pagamento ocorrerão em lojas eletrônicas. Esse é outro tipo de empresa com a qual certamente exploraremos colaborar”, garante.

Por fim, a iupana consultou o HSBC sobre a possibilidade de adotar um modelo de Banking as a Service (BaaS) como parte de sua estratégia de finanças abertas e integradas, ao que o gestor respondeu que, embora seja uma questão que já explorou e testou em outras regiões para determinados nichos e serviços, no México, a ideia está descartada, pelo menos por enquanto

“Para os bancos que não querem escalar e crescer voltados para o cliente e gerenciar o relacionamento com o cliente, o BaaS será um modelo muito mais natural. Por outro lado, se você tem a ambição de aumentar os clientes e gerencia o relacionamento e o vínculo, o modelo BaaS não é a principal estratégia”, opina.

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