Descubre el futuro de las finanzas en América Latina y el Caribe

The future of finance in LatAm & the Caribbean

O futuro das finanças na América Latina e no Caribe

As remessas se digitalizam na AL. pouco a pouco

abr 25, 2022

Por Antony Pinedo

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O envio de dinheiro para a América Latina continua a quebrar recordes. No entanto, houve pouca mudança na indústria que depende de dinheiro e canais físicos. Fintechs – e players tradicionais – veem no blockchain uma possibilidade de irrupção

Embora o potencial do blockchain e de cripto no mercado de remessas internacionais esteja atraindo cada vez mais atenção, canais tradicionais ainda são predominantes para tais transferências — e players gigantes como a Western Union estão procurando maneiras de surfar a onda digital.

As previsões apontam que o mercado monumental de cerca de US$ 134,4 bilhões será transformado por pagamentos digitais, especialmente por meio do uso de criptomoedas, que prometem reduzir custos e agilizar os envios. Esses movimentos estão sendo acompanhados de perto pelas fintechs, mas também pelos players que até agora assumiram a indústria muito dependente de estabelecimentos físicos.

No México, referência do negócio, três quartos das remessas que chegam são pagas em instituições não bancárias, como lojas, farmácias ou autoatendimento, geralmente em dinheiro e em pesos; enquanto um quarto é por instituições bancárias, seja como depósito em conta ou em dinheiro, segundo dados do Banco do México, analisado pela BBVA Research.

“[Hoje há] um consumidor que gira entre o canal de varejo e a plataforma digital. Eu diria que, mais do que tudo, é um consumidor omnichannel, que é um pouco para onde a indústria está indo”, disse à iupana Pablo Porro, gerente-geral para o México e América Central da Western Union,.

“Vimos a taxa de adoção de nossos produtos digitais aumentar. Mas também, felizmente, como as diferentes medidas sanitárias desapareceram em diferentes geografias, vimos como os consumidores voltam ao canal de retail”, acrescenta.

Segundo dados compartilhados pelo executivo, no ano passado os lucros obtidos pela Western Union por meio de seus canais físicos atingiram US$ 5 bilhões em escala global, em comparação com os US$ 1 bilhões gerados por seus meios digitais , como transferências para contas ou carteiras como o Mercado Pago no México.

No entanto, a empresa de quase dois séculos e 100.000 pontos comerciais na região não quer ficar para trás. Porro adiantou que é por isso que estão desenvolvendo um piloto de wallet eletrônica na Europa e que chegará em breve à América Latina.

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Remessas cripto

Há também uma oportunidade latente na entrada de big techs na competição para o envio de dinheiro, algo que Meta já vem fazendo com Novi entre Estados Unidos e Guatemala.

Os Estados Unidos continuam sendo o principal país de origem para remessas enviadas para a América Latina.

“Mais do que uma ameaça nesse sentido, vemos espaços para colaborar […]. Há aí algumas oportunidades que têm a ver com a disposição desse dinheiro”, comentou Porro, que acrescenta que as famílias beneficiárias muitas vezes não são bancarizadas, o que as torna mais propensas a usar dinheiro.

Dos beneficiários de remessas no México, 64% estão em localidades inferiores a 15.000 habitantes, o que limita a possibilidade de serem incluídos financeiramente, de acordo com a BBVA Research.

Meta está usando o dólar PAX, uma stablecoin que reduz drasticamente o tempo e o custo do envio de dinheiro ao adotar blockchain. O executivo disse que eles também colocaram o blockchain no radar da Western Union como uma possibilidade de agilizar suas operações e que coisas como a compensação de fluxos que atualmente são realizados através do sistema bancário devem ser avaliadas.

“Esse fenômeno da tecnologia blockchain, de distributed ledger, é super interessante, achamos muito disruptivo […]. Continuamos monitorando como o mercado evolui e quais são os diferentes operadores que existem, para ver como podemos começar a usar alguma ferramenta que faça sentido para nós ou que complemente nossa plataforma”, disse o executivo.

O interesse do consumidor também está crescendo. De acordo com uma pesquisa da Americas Market Intelligence (AMI), em 2021, 33% dos entrevistados no Peru, 17% na Argentina e no México e 8% no Brasil disseram estar abertos a receber remessas cripto, especialmente, porque os custos com comissão são altos para essas operações.

A taxa média para a região é de 5,5% sobre o valor enviado.

Propostas digitais para remessas

No geral, 2021 foi um ano recorde para o envio de dinheiro para a América Latina e Caribe, alcançando um crescimento anual de 26%, o maior das últimas duas décadas, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

As remessas são extremamente importantes para as famílias da AL e a busca por soluções rápidas com comissões baixas ainda está pendente. Novos players digitais estão propondo respostas.

A Global66, fintech originária do Chile, cancelou a coleta de comissões e apoia seu modelo no ganho por diferencial cambial. “Contamos com a taxa de câmbio do dia”, disse Tomás Bercovich, cofundador e CEO da fintech, à iupana.

Bercovich reconheceu que a onda cripto é um “mercado em crescimento com bons resultados”. “No entanto, por enquanto, continuamos trabalhando com moedas fiduciárias”, acrescentou.

A empresa oferece uma carteira digital multimoeda e promete enviar dinheiro em horas. Além disso, vem promovendo uma solução para pagamentos transfronteiriços das empresas.

Em 2021, processou mais de um milhão de transferências, o que significou a movimentação de US$ 700 milhões.

Por sua vez, a proposta da fintech peruana Tranzfer.me está na criação de redes em seus mercados do Brasil, Peru e Estados Unidos e serve como um canal para vincular usuários que querem enviar ou receber dinheiro e completar pagamentos localmente.

“Não somos um agente de captação de recursos, mas um facilitador para nossos clientes”, disse Alex Zúñiga, cofundador da Tranzfer.me.

A fintech utiliza sistemas de pagamento instantâneo, como o PIX no Brasil e a Zelle nos Estados Unidos, para transferência local, embora a compensação de pagamentos entre seus agentes em diferentes mercados os obrigue a estender o tempo de entrega do dinheiro.

Eles cobram dois tipos de comissões (3% ou 1,5%), que dependem do tempo em que os recursos estão disponíveis: 24 ou 72 horas. Nesse modelo, a fintech movimentou US$ 2,5 milhões em 2021, contra US$ 650 mil entre março e dezembro de 2020.

Zúñiga antecipou que, nos próximos meses, Tranzfer.me evoluirá através da tecnologia blockchain para acelerar o envio de remessas.

“Em breve, estaremos baseando esse negócio peer-to-peer (P2P) dentro de um mercado de criptomoedas em blockchain”, adiantou.

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